Quem faz parte da lista
O documento também inclui o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia, Sergei Naryshkin, prefeitos de São Petersburgo e de Moscou, entre outros.
Além disso, a lista compreende 96 empreendedores russos, cuja fortuna é de pelo menos um bilhão de dólares.
Limitações impostas pelo Congresso
O relatório foi preparado de acordo com a Lei de Contenção de Adversários da América Através de Sanções (CAATSA, na sigla em inglês), aprovada no verão de 2017.
Devido a isso, e de acusações de suas supostas ligações com a Rússia, Trump teve que recuar. Com essa lei, congressistas conseguiram limitar as ações em relação a Moscou tanto de Trump como de seus "parceiros" da União Europeia, escreve Filip Prokudin.
Políticos europeus várias vezes propuseram levantar as sanções antirrussas, mas agora o documento elaborado pelo Congresso norte-americano promete um castigo para aqueles que cooperarão com a Rússia.
Sonho americano universal
A lista não significa a aplicação imediata de sanções contra as pessoas indicadas, mas pressupõe que isso pode acontecer. Assim, congressistas estadunidenses pretendem saber o quão grandes são a fortuna e fontes de rendimento dos representantes da elite russa e seus familiares, afirma o analista da Sputnik, acrescentando que o número de indivíduos introduzidos na lista juntamente com seus familiares poderia atingir 300 pessoas, segundo a mídia.
Segundo comentou o ex-coordenador para políticas de sanções do Departamento de Estado dos EUA, Daniel Fried, a lista tem por objetivo denegrir os representantes da elite russa que apoiam Vladimir Putin. Também de acordo com Fried, o documento deve se tornar um sinal de que a "interferência da Rússia em eleições norte-americanas custará muito" para os representantes da elite, é melhor que estes "se afastem" do governo atual russo, diz o artigo.
O artigo sublinha que os critérios de inclusão na lista de sanções são muito vagos. Especialistas de Atlantic Council, por sua parte, esclarecem que a elite ou os "oligarcas" são "grandes empreendedores que receberam muitos lucros através de negócios com o Kremlin".
"A própria fortuna não pode ser considerada repreensível. Os russos, que seguiram o sonho americano (na realidade, universal) de enriquecer por meio de um negócio bem-sucedido, devem ser elogiados e não castigados", especificaram analistas de Atlantic Council.
Tentando influenciar nas eleições russas
Tanto a "Lista do Kremlin" como a própria lei na qual esta se baseia, são uma parte da "guerra de nervos" que a administração norte-americana quer impor à elite russa, opina Prokudin.
"Não tentem influenciar na política russa ou diminuírem sua presença nela, pois esta […] não é de agrado aos EUA", explicou Panich.
Segundo ele, o objetivo foi de publicar o documento para criar uma atmosfera de tensão.
"Quando não está claro se haverá ou não sanções, e, em caso afirmativo, quais serão, há um certo sentimento de ameaça […] este é o objetivo da lista", ressalta.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, classificou a medida como uma tentativa de influenciar nas eleições presidenciais de 2018.