"Não é que o Louvre devolva a Mona Lisa, porque a França adquiriu muito legalmente a obra de Leonardo da Vinci, o que nós estamos pedindo é que os Estados que obtiveram obras de arte ilegalmente as devolvam", explicou o advogado.
Se trata de uma luta legítima que pretende que os donos originais dos patrimônios nacionais possam reaver seus bens culturais de grande valor.
Entre os tesouros ainda disputados está o de Quimbaya: 122 peças de ourivesaria, compostas por várias joias. Em 1892, o presidente colombiano Carlos Holguín presenteou esta obra à rainha espanhola de então, María Cristina, mas hoje em dia a Colômbia quer a coleção de volta.
Dentro dos grandes tesouros que foram devolvidos estão:
— Em 1983, Itália devolve ao Equador mais de 12.000 objetos pré-colombianos. O caso foi resolvido depois de sete anos de litígio.
— Em 1988, os Estados Unidos devolveram à Tailândia o dintel do Templo Phra Narai.
— Em setembro de 2006, foi acordada a restituição de 13 objetos pelo Museu de Belas Artes de Boston para a Itália, incluindo uma estátua de mármore da imperatriz Sabina, que data do ano 136, e vasos antigos.
— Em dezembro de 2006, o Museu J. Paul Getty de Los Angeles retornou à Grécia uma coroa funerária helenística de ouro e uma koré (estátua de uma menina). Em virtude de um acordo amigável, o Getty já havia retornado à Grécia, em maio de 2006, um baixo-relevo da ilha de Tassos, datado do século VI antes de Cristo, e uma estela do século IV antes de Cristo.
Atualmente, a França também prevê devolver a África os objetos obtidos durante a sua conquista. O presidente da França, Emmanuel Macron, disse em dezembro de 2017 que "a herança cultural africana não pode ser prisioneira dos museus europeus".
O governo francês se comprometeu a dar carácter prioritário à devolução destes objetos durante os próximos cinco anos, abrindo assim a porta para atender a uma crescente demanda de muitos países que tiveram seu patrimônio saqueado ao longo da história.