O que OTAN busca com atividade crescente de submarinos no Ártico?

© AP Photo / MC2 Micheal H. LeeMarinheiro do submarino USS Hartford
Marinheiro do submarino USS Hartford - Sputnik Brasil
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As manobras marítimas internacionais Ice Exercise (ICEX) 2018 começaram em março no Ártico. Saiba quais são os objetivos relacionados à Rússia e perseguidos pelos EUA e seus aliados da OTAN ao efetuar estes exercícios.

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As manobras ICEX são celebradas anualmente desde 2007. Neste ano, a entrada de três submarinos nucleares de gelo no mar de Beaufort se tornou o eixo das manobras, nas quais participaram oficiais dos EUA, Reino Unido, Canadá e Noruega.

Além disso, os participantes instalaram a estação ártica Skate na região, de onde emergiram os submarinos norte-americanos USS Hartford (SSN-768) e USS Connecticut (SSN-22) e o submarino britânico HMS Trenchant (S91).

"As Forças Armadas dos EUA, com apoio dos seus aliados-chave da OTAN, estão efetuando exercícios de preparo dos submarinos para o uso em combates a grandes latitudes do nosso planeta", escreve o jornalista Ilia Kramnik no seu artigo no jornal Izvestia.

Novo mar e antigos problemas

Kramnik opina que os EUA e seus aliados apostam nas riquezas do Ártico, que se encontram não só nas suas próprias zonas econômicas, mas também nas águas neutras. O degelo gradual do Ártico faz com que aumente o interesse de vários países na exploração dos recursos naturais e nas crescentes possibilidades de trânsito através das águas.

Até agora, o Ártico continua sendo uma arena de confronto militar entre os EUA e Rússia, já que precisamente através da região percorrem as rotas aéreas mais curtas que unem ambos os países.

Moscou e Washington estão aumentando a sua atividade militar na região. Os EUA e seus aliados atuam de uma maneira mais ativa no Ártico desde a segunda metade da primeira década do século XXI, quando o degelo se converteu em uma tendência em longo prazo.

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A Rússia começou a recuperar a sua presença militar nessa região em 2011 e 2012. Em 2014, o país eurasiático criou o Comando Unido Estratégico com base na Frota do Norte que controla as forças posicionadas no Ártico.

"Os principais objetivos das bases militares russas são garantir a segurança na região em tempos de paz e prevenir uma possível ameaça proveniente do norte no caso de guerra", escreve Kramnik.

Ameaças à Rússia

Os submarinos nucleares da Marinha dos EUA podem atacar com mísseis de cruzeiro as principais instalações econômicas e militares da Rússia, que estão no Ártico, bem como as que se encontram na parte mais profunda do país.

Não obstante, a Rússia possui certa vantagem perante os EUA no Ártico devido à infraestrutura mais desenvolvida. De acordo com o autor do artigo, Moscou herdou aparte dela da União Soviética, enquanto a outra parte foi obtida como resultado de trabalho intenso. De fato, a Rússia começou a realizar estes trabalhos mais tarde que os seus concorrentes principais.

"Ampla rede de bases, a frota de quebra-gelos maior do mundo e a presença potente do Comando Unido Estratégico [da Rússia] garantem controle de suas próprias águas árticas e enfrentamento de forças inimigas", escreve Kramnik.

Além do mais, Kramnik destaca ser evidente que uma crescente acessibilidade ao Ártico, causada pelo degelo, levará não só ao crescimento da atividade econômica na região, mas à dificuldade do crescimento devido a incidentes.

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"A probabilidade de tais incidentes aumenta levando em conta o caráter de guerra renovada entre a Rússia e OTAN em que os oponentes de fato podem agir com mãos alheias", assinala o jornalista.

Kramnik sugere que a Rússia crie não só um sistema de prevenção de um possível ataque no Ártico, mas posicione forças de segurança permanentes capazes de antecipar sabotagem e atentados às instalações e infraestrutura russa.

Ao comparar a frequência com que aparecem notícias sobre os exercícios no Ártico realizados pelos países ocidentais, Kramnik ressalta que a Rússia não é propensa a publicar muitas lendas sobre manobras árticas.

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"Isso não implica de modo algum que o país eurasiático não efetue manobras regulares nesta zona com a participação da sua frota, aviação, sistemas de defesa antiaérea e do exército", opina.

"A prática das relações internacionais mostra que o Ocidente perdeu praticamente por completo a capacidade de exercer comunicação político-miliar. Pode-se dizer que lhe atrofiou a sensação de medo de que um confronto passe para uma fase quente", considera Kramnik.

De acordo com ele, hoje em dia, outros acontecimentos, a muitos quilômetros do Círculo Polar, podem vir a desencadear um conflito.

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