"Para todos nós que temos mais de 18-19 anos, essa campanha [liderada pelos EUA] é uma dolorosa lembrança do período que testemunhamos", disse Alexander Vucic, falando à rede RTS.
O presidente sérvio referia-se ao sombrio capítulo da história sérvia quando a OTAN lançou uma operação militar na antiga República Federal da Iugoslávia durante a Guerra do Kosovo.
Os atentados, que duraram 78 dias entre 23 de março e 10 de junho de 1999, geraram oficialmente pelo menos 758 vidas de civis. No entanto, fontes sérvias dizem que o número verdadeiro pode ser até cinco vezes maior.
Vucic observou que a Sérvia é um país pequeno e não vai interferir em nenhum conflito em todo o mundo. Belgrado pode agora confiar na política de neutralidade militar, disse o presidente, acrescentando que estar do lado do poder mais forte não significa necessariamente que este é o "lado da moralidade e da justiça".
Os EUA e seus aliados lançaram o ataque à Síria na madrugada de sábado (horário local) em retaliação a um suposto ataque químico pelo governo de Bashar Assad na cidade de Douma, perto de Damasco, na semana passada.
Respondendo à intervenção liderada pelos EUA, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que os ataques não foram sancionados pelo Conselho de Segurança da ONU e foram realizados "em violação da Carta da ONU e dos princípios do direito internacional".
Em 1999, a OTAN justificou sua intervenção sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU, acusando o governo do então presidente Slobodan Milosevic de realizar uma limpeza étnica na província do Kosovo.
A maioria dos sérvios de hoje ainda diz que não aceitaria um pedido de desculpas da OTAN, enquanto apenas 10% querem ver seu país se tornar membro da OTAN, segundo uma pesquisa recente.