A Rússia e a Coreia do Norte estão prontas para negociar a alto nível — esse acordo foi alcançado ontem (31) durante um encontro entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, comunicou a KCNA.
Logo após as conversações, o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, assegurou que ainda é cedo para falar sobre o futuro encontro entre os líderes de dois países, pois Lavrov nem teve tempo para apresentar o relatório final sobre a sua visita ao presidente Putin.
"É um evento importante e tal encontro será um sinal marcante para o mundo. Em geral, os coreanos são bem inquietos quando se trata dos vizinhos. A única exceção, pelo visto, é a Rússia, pois em ambas as Coreias a memória histórica é forte. Acredito que a pauta do encontro pode incluir dois projetos econômicos: a construção da ferrovia transcoreana e do gasoduto transcoreano com saída para a fronteira russa. Por isso, os dois líderes têm bastantes temas para falar, além das questões políticas", disse o analista.
Além disso, Terekhov faz uma previsão sobre o local onde o histórico encontro se poderá realizar.
"Em breve terá lugar a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai na cidade chinesa de Qingdao. A Coreia do Norte não faz parte da OCX, mas o país que sedia o evento pode convidar qualquer líder. Em princípio, é possível supor que [o presidente chinês] Xi Jinping possa convidar Kim Jong-un para seu 3º encontro exatamente nos dias da cúpula em Qingdao. As conversações entre o líder norte-coreano e Vladimir Putin poderiam se realizar nas margens do evento. Não é de descartar que seja organizada também uma reunião especial em uma das capitais — em Pyongyang ou Moscou", ressaltou.
A cúpula da OCX vai decorrer entre 9 e 10 de junho. A organização foi criada em 2001 e reúne a Rússia, China, Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão. O Afeganistão, a Bielorrússia, o Irã e a Mongólia têm estatuto de Estados observadores.