O depoimento de Lula foi realizado ao juiz federal Marcelo Bretas através de vídeo-conferência, de Curitiba, onde está preso há quase dois meses.
Durante o depoimento, o ex-presidente afirmou não saber "qual critério foi adotado pra dizer que foi trapaça", acrescentando que Nuzman “era tido como uma pessoa muito respeitada” e que "a atitude dele sempre foi de muito compromisso com as Olimpíadas e com o Brasil". "Não vi nenhuma atitude dele que pudesse desabonar o Brasil ou as Olimpíadas", destacou.
De acordo com Lula, as Olimpíadas serviram para desmascarar a ideia de que o Rio de Janeiro não poderia fazer um evento das proporções dos Jogos Olímpicos.
"Possivelmente, os jogos mais importantes já realizados no continente sul-americano. Desmascarou aqueles que diziam que Rio tinha muita violência e não poderia fazer evento dessa magnitude. Foi a porta de entrada para realizar os Jogos Olímpicos", disse o ex-presidente.
Em relação ao processo de escolha do Rio como sede, o petista afirmou que em viagem a Pequim para buscar votos para a Rio-2016, quis mostrar que o Brasil tinha "mais cacife" do que o ex-presidente dos EUA, George W. Bush.
"O presidente Bush estava lá e eu não ia dar essa colher de chá, não tenho complexo de vira-lata, fui pra mostrar que Brasil tinha mais cacife do que ele", disse.
"Não tem troca. Brasil apoiar África era uma coisa natural. Viajei 34 vezes para áfrica, abri 19 embaixadas na África. Isso dava aos africanos quase uma irmandade com o Brasil. Eu brigava para que continentes pobres tivessem direito de realizar Olimpíada", afirmou.
"Só lamento que venha denúncia de compra de delegado (da Rio-2016) oito anos depois. Não sei quem fez, não quero saber, não quero conhecer. Como estamos vivendo um momento de denuncismo…", acrescentou Lula.