O aparente surto de militantes, embora refutado por alguns, também coloca em cheque a campanha de bombardeio dos EUA, que ampliou seu escopo desde março, informou Sputnik News.
"Está provado que 77.500 inimigos, dos quais 5.000 são combatentes estrangeiros e 3.000 são militantes do Daesh, estão realizando atividades contra a paz e estabilidade de nosso país", disse o general afegão Laal Jan Zaheer ao site Tolo News em 11 de junho.
A Resolute Support Mission da OTAN, no âmbito da qual os Estados Unidos operam no país, informou em janeiro que a determinação do número das forças do Talibã no Afeganistão é limitada a "avaliações informais e conjecturas, já que não há rastreamento formal ou um mecanismo de censo".
No entanto, estimativas mais recentes, embora não oficiais, aproximam-se do enorme número 77.500 de Zaheer. Sputnik News noticiou em fevereiro que alguns oficiais militares dos EUA e do Afeganistão estavam avaliando a força do Talibã em pelo menos 60 mil.
No mesmo mês, Dawlat Waziri, então porta-voz do Ministério da Defesa do Afeganistão, disse ao site Stars & Stripes que entre 40 mil e 60 mil talibãs estão "sempre ativos" no país.
De acordo com um relatório de 1º de maio do SIGAR, os insurgentes controlaram, influenciaram ou contestaram 43,7% do país.
Em um discurso na sede da OTAN em Bruxelas na sexta-feira, o principal comandante dos EUA no Afeganistão, o general John Nicholson, declarou: "Os talibãs não estão mais lutando para ganhar novos territórios no Afeganistão. Eles estão lutando para infligir baixas e chamar atenção. Estão lutando para melhorar sua posição de barganha".
Mas no dia 12 de junho, não foi isso que aconteceu. Na província de Faryab, militantes invadiram o distrito de Kohistan e mataram seu governador, Abdul Rahman Panah, e mais de uma dúzia de soldados. Faryab foi contestada por mais de um ano e o Talibã reivindicou a responsabilidade por essa ofensiva, junto com outra na província de Sar-e Pul, que levou a vida de mais de uma dúzia de forças de segurança durante a noite.
As incursões aconteceram apesar de um acordo de cessar-fogo entre o grupo insurgente e o governo afegão que aconteceria durante o feriado muçulmano de Eid al-Fitr (14 e 15 de junho), que celebra o fim do jejum do Ramadã, informou Sputnik News. O governo afegão anunciou no sábado um cessar-fogo que durou entre 12 a 20 de junho. Os insurgentes disseram que o cessar-fogo não incluiria forças estrangeiras, inclusive americanas.