"É uma loucura", disse à Bloomberg o colecionador de carros Darrin Woo. Ele foi forçado a vender um limusine Mercedes-Benz 600 Pullman 1968 e um Fiat Abarth vermelho 1957 para economizar dinheiro em estacionamentos. "Comprar uma [vaga de estacionamento]? De jeito nenhum. Eu poderia comprar cinco carros com o dinheiro disso".
De acordo com a chefe de pesquisa de Hong Kong da consultoria Jones Lang LaSalle Inc., Denis Ma, empreiteras constroem prédios nos quais a proporção de vagas para estacionamentos é sempre baixa.
Um relatório do Departamento de Transportes de Hong Kong revelou que o número de vagas aumentou em apenas 9,5% entre 2006 e 2016. Durante o mesmo período, o número de carros particulares cresceu 49%. A cidade é conhecida pelos custos de moradia caros e atingiu a marca de mercado imobiliário menos acessível do mundo nos últimos oito anos.
Enquanto o preço de um espaço de estacionamento médio aumentou espetacularmente, os preços das casas em Hong Kong não seguiram o mesmo caminho, subindo 3,4% no mesmo período.
"Isso oferece uma oportunidade para investimentos de curto prazo que as residências não podem oferecer", avalia Patrick Wong, analista imobiliário da Bloomberg Intelligence em Hong Kong. "O rendimento não é muito alto, mas quando se fala em valorização do capital, quem se importa com o rendimento?"