Conheça projéteis subcalibre que são perigosos para blindados

© Sputnik / Andrei StanavovTanque T-72B durante treinamentos no polígono Pogonovo, Rússia, 27 de junho de 2018
Tanque T-72B durante treinamentos no polígono Pogonovo, Rússia, 27 de junho de 2018 - Sputnik Brasil
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Se um tanque moderno for atingido com uma munição perfurante de blindagem da época de 2ª Guerra Mundial, provavelmente o local ficará apenas um pouco amassado. A armadura utilizada nos tempos atuais consegue aguentar sem problemas esse impacto. No entanto, pode ser perfurada.

A Sputnik vai descrever como um projétil perfurante de compósito rígido com sabot descartável e estabilizador de voo (APFSDS, sigla em inglês) pode literalmente perfurar a armadura de um tanque.

'Flecha em vez de porrete' 

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Ao sair do cano, o sabot que envolve o núcleo para se ajustar ao calibre do canhão se abre assim que o deixa, fazendo com que só o compósito rígido vá em direção do inimigo.

Seu impacto é colossal. Devido à sua massa relativamente pequena, 3,5 a 4 quilos, o núcleo do projétil imediatamente depois do tiro acelera significativamente até uma velocidade de cerca de 1.500 metros por segundo. Ao atingir a placa blindada, o projétil faz um pequeno orifício. Uma parte da energia cinética do projétil destrói a blindagem e a outra se transforma em calor. Os fragmentos quentes do núcleo e da blindagem são projetados para o espaço dentro da armadura, atingindo a tripulação e danificando os mecanismos internos do veículo. Neste processo, também ocorrem numerosos focos de incêndio.

Um impacto preciso do APFSDS pode desativar partes e mecanismos importantes, aniquilar ou ferir gravemente a tripulação, encravar a torre, romper os tanques de combustível e destruir o chassi. Estruturalmente as munições perfurantes modernas são muito diversas. Os corpos dos projéteis podem ser monolíticos ou compostos – um ou vários núcleos em um revestimento e também multicamadas longitudinais e transversais com diferentes tipos de empenagens.

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Os dispositivos de ejeção possuem aerodinâmicas diferentes, eles são feitos de aço, ligas leves ou materiais compósitos. Por exemplo: de compósitos de carbono ou aramida. Na cabeça do APFSDS podem ser instalados ponteiras balísticas e amortecedores. Em suma, para todos os gostos – para qualquer canhão ou para determinadas condições de combate do tanque. As principais vantagens dessa munição é a alta penetração na blindagem, elevada velocidade de impacto, baixa sensibilidade à reação da proteção dinâmica, vulnerabilidade mínima aos sistemas de proteção ativa, que simplesmente não tem tempo para reagir rapidamente à quase imperceptível "flecha".

Mango e Svinets

Para o canhão de 125 mm de cano liso dos tanques russos, ainda nos tempos soviéticos foi desenvolvida uma ampla gama de munições perfurantes. Esses projéteis foram desenvolvidos depois do surgimento dos tanques do potencial inimigo M1 Abrams e Leopard 2. O exército precisava com urgência de projéteis capazes de atingir os novos tipos de blindagem reforçada e de superar a proteção dinâmica.

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Um dos APFSDS mais comuns no artesanal dos tanques russos T-72, T-80 e T-90 é o projétil de potência aumentada 3BM-44 Mango, adotado em 1986. Essa munição tem uma estrutura bastante complexa. A parte da cabeça de seu corpo em forma de flecha tem uma ponteira balística, abaixo da qual se encontra um capacete perfurante. Atrás dela há um amortecedor perfurante, que também desempenha uma função importante no rompimento. Logo depois do amortecedor, estão dois núcleos de liga de tungstênio dentro de uma camisa de liga leve. Quando o projétil colide com um obstáculo, a camisa derrete e liberta os núcleos que "roem" a blindagem. A parte de trás do projétil tem um estabilizador sob forma de empenagem com cinco palhetas. Seu peso é de apenas cinco quilos, no entanto, o projétil é capaz de romper quase meio metro de armadura de um tanque a uma distancia de até dois quilômetros.

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O mais novo e maciço projétil russo 3BM-48 Svinets foi adotado em serviço em 1991. O comprimento da parte ativa do projétil é de 63,5 cm. O núcleo é feito de liga de urânio e possui um grande alongamento, o que aumenta a capacidade de penetração e também reduz o impacto da proteção dinâmica. Além disso, quanto maior o comprimento do projétil, menor a parte dele que interage durante um determinado momento com os obstáculos passivos e ativos. O Svinets é o mais poderoso projétil para canhões de tanques de 125 mm e é capaz de competir com os principais modelos ocidentais. A perfuração média de uma chapa de blindagem de aço homogênea a dois quilômetros é de 650 mm.

Esse não é o único desenvolvimento da indústria da defesa russa. A mídia informou que, de propósito para o novo tanque T-14 Armata, foi criado e testado o APFSDS Vakuum-1 de 900 mm. Sua penetração em armadura é de quase um metro.

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