O autor do artigo, da edição austríaca Contra Magazin, refere-se ao embaixador chinês em Damasco, Qi Qianjin, que anteriormente anunciou a intenção de Pequim de fornecer mais assistência ao povo e ao governo sírio.
Como escreve o jornal, caso a China comece a participar ativamente do conflito sírio, como já fazem a Rússia e o Irã, o governo em breve estabelecerá o controle total sobre o território do seu país, tornando-se um tormento para Washington e para os países do golfo Pérsico.
O vice-diretor do Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Ideologia Moderna, Igor Shatrov, comentou durante entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik sobre o artigo da edição austríaca.
"A participação da China em operações antiterroristas na Síria não é necessária no momento. A situação político-militar está se desenvolvendo de tal maneira que os terroristas já foram quase que completamente aniquilados em grande parte do país […] Portanto, acho que a participação chinesa possivelmente se tornou um pesadelo para os EUA, mas não acho que tenha sido um pesadelo menor [para os EUA] do que a participação da Federação da Rússia na operação."
O especialista tem certeza de que as palavras do embaixador chinês na Síria foram mal interpretadas e que, na verdade, "o embaixador chinês disse que a China vai continuar fornecendo ajuda humanitária à Síria proporcionada nos últimos anos".
"Para tal interpretação, a mídia e os políticos ocidentais têm bases: o peso político-militar da China está crescendo. Mas a influência chinesa se manifesta em uma área diferente — a esfera econômica", afirmou.
"Acredito que a China participará ativamente da reconstrução pós-guerra da Síria, juntamente com a Federação da Rússia e outros países interessados na resolução pacífica do conflito sírio. E aqui nesta área a China vai competir seriamente com o Ocidente, que, de acordo com todos os sentidos, será proibido de participar de projetos sérios para reconstrução pós-guerra da Síria", concluiu o analista.