Ao menos 11 jornalistas, inclusive estrangeiros, foram detidos na Venezuela após o atentado frustrado.
"A Venezuela hoje, formalmente, ocupa o primeiro lugar entre os países com maiores reservas de petróleo no mundo e, ao mesmo tempo, realiza francamente uma política antiestadunidense", declarou o analista.
Para ele, na organização da tentativa de atentado participaram tanto a oposição venezuelana como os norte-americanos.
"Maduro é uma figura bastante fraca, mas seu antecessor, Hugo Chávez, era uma principal bolha no pé dos EUA. Era o principal encrenqueiro no quintal dos EUA, porque os norte-americanos consideram a América Latina como seu quintal. E acontece que os líderes do país mais rico da América Latina se manifestam contra os EUA", explicou o analista.
"Agora [os jornalistas] deveriam pensar antes de falar para não terem que conhecer a prisão local", afirmou.
A Colômbia e os EUA negam participação na tentativa de atentado contra Maduro. Para especialista, as relações da Venezuela com esses dois países não vão agravar, porque 'não podem ficar pior do que já estão", enquanto a política interna seria mais dura e concentração do poder se tornaria ainda maior.
"Há um problema: será que Maduro conseguirá lidar com isso? Ele não é Chávez. Se [a tentativa de atentado] tivesse ocorrido na época de Chávez, possivelmente na Venezuela teria tido uma situação semelhante à dos anos 30 na União Soviética: […] consolidação não apenas do poder, mas de toda a sociedade. Maduro é mais fraco", explicou o analista, indagando se Maduro conseguiria segurar o poder sozinho.
Mais tarde, Maduro afirmou que uma parte dos organizadores do atentado já tinha sido detida e acusou as forças de direita com o apoio do presidente colombiano Juan Manuel Santos e inimigos na Flórida, EUA, de terem planejado o ataque.