Físicos continuam perplexos com enigmáticas auroras violeta aparecendo sobre Ártico

© NASA . Courtesy of Krista Trinder/NASAFenômeno STEVE sobre um lago na província de Manitoba, Canadá
Fenômeno STEVE sobre um lago na província de Manitoba, Canadá - Sputnik Brasil
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Há três anos, no céu sobre as regiões polares do Canadá têm aparecido auroras violeta misteriosas. Cientistas acreditam que os últimos não podem se relacionar à aurora polar, diz um artigo da revista GRL.

Desde o verão de 2015, sobre o Canadá e outras regiões do Ártico começaram a aparecer enigmáticos "auroras" e "pontes", iluminando o céu noturno durante uns 20 ou 30 minutos e desaparecendo depois. No total, voluntários conseguiram filmar mais de 30 casos deste fenômeno, denominado STEVE (Strong Thermal Emission Velocity Enhancement ou Aprimoramento de velocidade de emissão térmica forte), atraindo a atenção dos cientistas da NASA.

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Há dois anos, satélites da missão SWARM sobrevoaram estes fenômenos e obtiveram os primeiros dados sobre sua estrutura. Foi descoberto que as iluminações violeta surgiram como resultado de uma interação incomum entre elétrons do Sol e o campo magnético da Terra, sendo um mecanismo parecido com o da aurora polar.

Nesta primavera, Bea Gallardo-Lacourt, da Universidade de Calgary, e sua equipe analisaram os dados recebidos pelo satélite climático POES-17, que sobrevoou recentemente uma tal "aurora", escreve a revista

Equipado com o detector de partículas TED, o POES-17 conseguiu contar o número de elétrons "solares" e outras partículas que "caem" na atmosfera terrestre vindos do espaço e avaliar como estas influenciam a atmosfera.

Usando imagens captadas por telescópios terrestres, os especialistas calcularam a hora exata quando surgiu STEVE no céu do Ártico e verificaram, graças aos dados obtidos pelo TED, se foi mesmo provocado por uma erupção solar.

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Os resultados mostraram que o STEVE surgiu no lugar onde o satélite registrou um número inesperadamente baixo de elétrons e prótons. Isso significa que as auroras violeta não tem nada a ver com as atividades solares e com partículas carregadas espaciais, aparecendo nas camadas superiores da atmosfera terrestre de uma maneira desconhecida.

"Nossa principal conclusão é que este fenômeno, o STEVE, não pode ser uma das formas da aurora polar. Podemos dizer que continuamos não sabendo nada sobre ele", afirmou Gallardo-Lacourt.

Porém, os investigadores descobriram que no momento do surgimento do STEVE na atmosfera havia muitos prótons de baixa energia. Estas partículas, supõem os cientistas, poderiam ter aquecido a ionosfera, ativando processos desconhecidos capazes de originar iluminações violeta.

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