Desde o verão de 2015, sobre o Canadá e outras regiões do Ártico começaram a aparecer enigmáticos "auroras" e "pontes", iluminando o céu noturno durante uns 20 ou 30 minutos e desaparecendo depois. No total, voluntários conseguiram filmar mais de 30 casos deste fenômeno, denominado STEVE (Strong Thermal Emission Velocity Enhancement ou Aprimoramento de velocidade de emissão térmica forte), atraindo a atenção dos cientistas da NASA.
Nesta primavera, Bea Gallardo-Lacourt, da Universidade de Calgary, e sua equipe analisaram os dados recebidos pelo satélite climático POES-17, que sobrevoou recentemente uma tal "aurora", escreve a revista.
Equipado com o detector de partículas TED, o POES-17 conseguiu contar o número de elétrons "solares" e outras partículas que "caem" na atmosfera terrestre vindos do espaço e avaliar como estas influenciam a atmosfera.
Usando imagens captadas por telescópios terrestres, os especialistas calcularam a hora exata quando surgiu STEVE no céu do Ártico e verificaram, graças aos dados obtidos pelo TED, se foi mesmo provocado por uma erupção solar.
"Nossa principal conclusão é que este fenômeno, o STEVE, não pode ser uma das formas da aurora polar. Podemos dizer que continuamos não sabendo nada sobre ele", afirmou Gallardo-Lacourt.
Porém, os investigadores descobriram que no momento do surgimento do STEVE na atmosfera havia muitos prótons de baixa energia. Estas partículas, supõem os cientistas, poderiam ter aquecido a ionosfera, ativando processos desconhecidos capazes de originar iluminações violeta.