Segundo o economista, se os EUA adotarem as sanções mais duras possíveis, eles podem vir a provocar uma crise energética e financeira global de grande escala, bem como perder seus aliados.
Durante a última audiência do Comitê Bancário do Senado, o senador republicano John Kennedy perguntou o que fariam os altos representantes da administração de Donald Trump, envolvidos na elaboração das sanções, se o presidente lhes ordenar "colocar a economia russa de joelhos".
Os altos funcionários evitaram uma resposta direta, mas declararam que é necessário avaliar as consequências de medidas tão sérias e que as sanções existentes já são bastante "agressivas". Irritado, Kennedy insistiu: "Mas ainda não colocaram a economia de joelhos!".
O analista sublinha que as sanções norte-americanas causam alguns problemas para a economia russa, entre eles a queda dos investimentos estrangeiros diretos, o fechamento dos projetos energéticos, danos aos empresários russos e às suas empresas.
"Qualquer [país] gostaria que tais problemas fossem embora. Mas a postura firme da Rússia e a ausência de quaisquer passos de Putin que possam ser interpretadas como uma oferta de paz mostram que o Kremlin não está preparado para dar aos EUA motivos para recuar. Isso provoca a tentação de Washington de exercer uma pressão esmagadora. Mesmo que o governo Trump não queira fazê-lo, muitos legisladores querem", explicou Bershidsky.
Entretanto, é de assinalar que a Rússia é o maior exportador de gás e um dos maiores produtores de petróleo. Sua expulsão do mercado global levará a uma crise energética. As sanções contra a dívida soberana russa, por sua vez, podem afetar os mercados financeiros e prejudicar os investidores, incluindo os norte-americanos.
Para o analista, tendo em consideração os índices macroeconômicos russos bastante positivos, entre eles a baixa taxa de desemprego e a inflação moderada, bem como as reservas internacionais no valor de 400 bilhões de dólares (R$ 1,64 trilhões), é pouco provável que a Rússia venha a sofrer um colapso econômico, mesmo que os EUA adotem as sanções mais duras possíveis.