Na sua conta no Twitter, o presidente dos EUA disse que havia pedido ao seu secretário de Estado, Mike Pompeo, para estudar cuidadosamente a situação da política agrária na África do Sul, onde, segundo ele e a mídia dos EUA, vários fazendeiros brancos estariam sendo assassinados ou tendo suas fazendas confiscadas.
Ruth Hall, especialistas em temas agrários na África do Sul e professora da Universidade do Cabo Ocidental explicou à Sputnik Internacional como funciona realmente a reforma agrária que está em curso no país.
"Acredito que os comentários de Trump foram mal informados, inexatos e enganosos. Mostra que, em essência, [Trump] depende de fontes de notícias muito parciais, eu diria mesmo de notícias falsas", declarou ela.
O presidente do país, Cyril Ramaphosa, deixou claro que expropriará terras sem indenização apenas em casos particulares, quando for justo e equitativo fazê-lo: por exemplo, quando as terras são detidas com fins puramente especulativos e não são usadas apropriadamente.
"Os comentários do presidente Trump são muito prejudiciais para a África do Sul, para a economia sul-africana e mostram que está ouvindo o Fox News [canal de noticiais norte-americano] em vez do nosso presidente", afirmou Hall.
Já surgiram os primeiros casos em que as comunidades negras que ficaram sem as suas terras reclamam suas fazendas. Ao mesmo tempo, há proprietários brancos de fazendas que se recusam a aceitar o pagamento oferecido pelo governo. O mais provável é que esses casos sejam resolvidos no tribunal, opinou Hall.
Segundo o professor, "o presidente Trump, em primeiro lugar, não se deu ao trabalho de descobrir o que realmente está acontecendo", concluiu a professora.