Segundo os dados, cerca de 80% dos turistas que sobem a quebra-gelos russos para contemplar as paisagens polares são chineses.
A rota abre realmente novas perspectivas pois permite conectar Xangai e Nova York por mar em menos tempo. Com uma extensão de 3,7 mil quilômetros, a rota é mais curta do que a que passa pelo canal do Panamá.
Outra via marítima que passa através do oceano Atlântico leva à Europa Central e Europa do Norte, abrindo novas perspectivas para Pequim, que a considera uma alternativa e um dos elementos da Nova Rota da Seda.
As recentes atividades, sublinha o artigo, mostram que Pequim está disposta a aumentar sua presença no Ártico, não obstante ser uma zona distante. O derretimento dos gelos também gera novas possibilidades, em particular, a exploração de campos subaquáticos de petróleo e de gás, bem como a criação de novas rotas comerciais.
Segundo as estatísticas do Serviço Geológico dos EUA, o Ártico pode abrigar cerca de 30% das reservas não descobertas de gás e 13% das reservas de petróleo.
Em janeiro de 2018, o governo chinês divulgou um documento reconhecendo a importância da exploração do Ártico, tanto do ponto de vista científico como econômico, cita o jornal russo.
Ao mostrar seu interesse pela zona, Pequim sublinhou que iria atuar de forma responsável junto com os países da região, seguindo as regras estabelecidas. A China é um dos membros observadores do Conselho Ártico, uma organização intergovernamental composta por oito membros (incluindo a Rússia e os EUA) e seis países observadores.
Em resposta à atividade chinesa no Ártico, um ex-embaixador norte-americano, David Balton, declarou que os países do Conselho Ártico estavam dispostos a receber a China de braços abertos, mas que deveriam agir com cuidado. Isto significa, explicam os analistas, que, por um lado, os EUA valorizam os investimentos chineses, mas não querem admiti-los ao controle dos processos.
O especialista em Geopolítica Ártica da Universidade Laval (Canadá) Frederic Laserre admitiu que os Estados árticos precisam de investimentos chineses e permitirão a participação de Pequim até que a influência da China na região venha a ser forte demais e economicamente perigosa para os outros países.
Um dos principais objetivos de Pequim é explorar vias marítimas que sejam mais curtas do que as existentes. As autoridades chinesas preveem que as vias acima citadas, junto com a iniciativa Um Cinturão e Uma Rota, permitirão desenvolver as comunicações com o resto da Ásia, África e Europa.
Segundo sublinham diversos analistas, o processo de exploração é um assunto bastante complicado e prolongado, devido inclusive a fatores climáticos e geopolíticos, mas poderá trazer um considerável benefício econômico e garantir a segurança energética da China.