As relações entre Washington e Ancara têm agravado nos últimos tempos, inclusive por causa do pastor americano Andrew Brunson preso em outubro de 2016 pelas autoridades turcas durante a tentativa de golpe de Estado contra o presidente Erdogan.
O Departamento do Tesouro americano sancionou os chefes do Ministério da Justiça e do Ministério do Interior da Turquia, acusando-os de "violações sérias de direitos humanos".
Em resposta, Ancara aumentou bruscamente tarifas sobre 22 tipos de produtos importados dos EUA, tais como tabaco, álcool, automóveis, arroz, frutas, estimados em 533 milhões de dólares.
"Os EUA tomaram um caminho incorreto para resolução dos problemas políticos existentes não através de negociações, mas através de um idioma chantagista e ameaçador. Mas a nossa economia é bastante forte para resistir ameaças e ataques", declarou Erdogan perante deputados turcos.
Erdogan afirmou que o que preocupa mesmo os turcos é que os Estados Unidos escolheram a Turquia como alvo sem qualquer lógica e sem levar em consideração o balanço estratégico.
Para ele, os EUA não levam em consideração o que os turcos estão fazendo na Síria contra os terroristas e "continuam cooperando com organizações terroristas [Unidades de Proteção Popular curdas, que a Turquia considera serem ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, também proibido no país]. Essa abordagem negativa dos EUA é transferida também para a esfera econômica".
Erdogan destacou intenção de continuar agindo diplomaticamente, mostrando-se esperançoso que os EUA mudem posicionamento incorreto. Segundo o presidente turco, já estão surgindo alguns sinais de aproximação entre os dois países.