"Há muito em jogo, e talvez especialmente porque esse homem era um repórter. Há algo realmente terrível e repugnante sobre isso, se esse fosse o caso […] nós vamos chegar ao fundo disso e haverá severas punição", disse Trump durante uma entrevista com o programa 60 Minutos, da CBS, na sexta-feira.
No entanto, Trump ressaltou que, mesmo que o jornalista tenha sido morto pelas mãos de Riad, ele ainda não colocaria um ponto final no acordo de armas entre os dois países.
"Eles estão encomendando equipamentos militares; todos no mundo queriam essa ordem. A Rússia queria isso, a China queria, nós queríamos — nós conseguimos. E conseguimos tudo isso, tudo", afirmou.
Trump passou a dizer que ele não quer "perder uma ordem" ou ferir empregos, e que há "outras maneiras de punir" Riad, se necessário.
Khashoggi, crítico do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman e da família real saudita, foi visto pela última vez em 2 de outubro, quando entrou no consulado saudita em Istambul para obter documentos para o seu casamento.
Autoridades turcas afirmaram acreditar que um "esquadrão de assassinato" saudita de 15 pessoas matou Khashoggi no consulado. Ancara diz que tem evidências de vídeo e áudio de que ele foi assassinado dentro do prédio, embora essa informação não tenha sido apresentada publicamente.
Uma investigação sobre seu desaparecimento pela Turquia teria revelado que gravações feitas em seu Apple Watch, que estava pareado com seu iPhone que sua noiva estava carregando fora do consulado indicam que ele foi torturado e morto, disse o jornal turco Daily Sabah neste sábado, citando "fontes confiáveis em um departamento de inteligência especial".
O jornal também afirmou que agentes da inteligência saudita perceberam, após a morte de Khashoggi, que o relógio estava gravando, levando-os a usar sua impressão digital para desbloqueá-lo. Eles supostamente deletaram alguns arquivos, mas não todos eles.
Riad negou as acusações de que ordenou a morte de Khashoggi, com o ministro do Interior do país, o príncipe Abdulaziz bin Saud bin Naif, condenando as "mentiras e alegações infundadas" contra o reino.