O preenchimento de parte da faixa marítima costeira foi retomado na área de Henoko, na cidade de Nago, na província japonesa de Okinawa, disse o secretário-geral do gabinete dos ministros do Japão, Yoshihide Suga, em uma entrevista coletiva realizada em Tóquio.
As autoridades da prefeitura Okinawa revogaram em agosto a licença que autorizava esses trabalhos.
"Ontem, ao escritório do Ministério da Defesa em Okinawa chegou uma notificação do Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo sobre a ação [revogação] ter sido suspensa e hoje recebemos uma notificação do Ministério da Defesa sobre a retomada dos trabalhos", disse Suga.
Segundo é esperado, os trabalhos de preenchimento com areia da faixa marítima costeira começarão no final do ano.
Por acordo entre o Japão e os EUA em 2006, foi decidido que a base de Futenma, que é considerada a mais perigosa do mundo devido à sua localização próxima a edifícios residenciais na cidade de Ginowan, em Okinawa, deveria ser mudada para Henoko. Para isso é necessário preencher cerca de 157 hectares de faixa marítima costeira, o que irá danificar os recifes de coral. Isso gerou protestos da população local e de ambientalistas. Além disso, a transferência da base dentro da mesma província, de acordo com a população local, não reduz a sobrecarga, que já é demasiada, sobre Okinawa com a localização de bases militares dos EUA: ocupando apenas 0,6% do território do país, na província se encontram 74% das instalações militares dos EUA em termos de área.
Durante os trabalhos de preenchimento de parte da faixa costeira, no fundo do mar será derramado concreto, assim como terra. Isso tornará praticamente impossível recuperar a costa para o seu estado atual.
Segundo os acordos bilaterais assinados em 2013, a transferência da base de Futenma para jurisdição da província de Okinawa deve ocorrer "em 2022 ou um pouco mais tarde". Mas para que isso aconteça deverá ocorrer a transferência da base da cidade de Ginowan, em Okinawa, para a área de Henoko, na mesma província.