Segundo os dados do portal de monitoramento PlaneRadar, o avião sobrevoou a região do estreito de Kerch e se aproximou da costa da península da Crimeia à distância mínima de 31 quilômetro.
"É possível que o avião espião norte-americano estivesse coletando informações para a Ucrânia sobre a situação no estreito de Kerch, caso tenha havido tal acordo entre os Estados Unidos e a Ucrânia. Talvez estivesse analisando que radares russos funcionam na região, que sistemas de defesa antiaérea há lá. É um trabalho de reconhecimento rotineiro dos EUA", comentou.
O que ele acha incomum neste caso é o fato de um avião dos EUA ter aparecido na região de Kerch pela primeira vez depois do incidente de 25 de novembro, quando foram detidos os navios ucranianos.
No entanto, o cientista político russo Leonid Krutakov duvida que o voo fosse mesmo de reconhecimento.
"Eles não tentavam descobrir nada por aí, porque há grupos de satélites espaciais que podem fazer qualquer reconhecimento, podem fotografar tudo. É uma provocação aberta e não disfarçada, quase o mesmo que fizeram os ucranianos com os três navios [no estreito de Kerch]. É uma escalada da tensão nas águas dos mares Negro e de Azov", disse Krutakov ao serviço russo da Rádio Sputnik.
Na segunda-feira (26), a Suprema Rada (parlamento ucraniano) aprovou um decreto do presidente do país Pyotr Poroshenko sobre a introdução da lei marcial em algumas regiões do país por 30 dias.
O Kremlin qualificou as ações dos marinheiros ucranianos como uma provocação, acrescentando que a lei marcial introduzida pode levar inclusive à escalada da situação em Donbass.