A delegação turca, encabeçada pelo chanceler Mevlut Cavusoglu, que visitou Moscou em 29 de dezembro pediu a permissão da Rússia para usar o espaço aéreo sírio, escreveu Metin Gurcan no seu artigo para Al Monitor, citando fontes anônimas em Ancara. Ele insistiu que era precisamente esse o objetivo da viagem da delegação à Rússia.
Segundo os dados de Gurcan, Ancara planeja usar o espaço aéreo da Síria e algumas bases militares que se encontram entre 300 e 350 quilômetros da fronteira com a Turquia.
"Isso significaria que os F-16 turcos poderiam voar, mais ou menos, até Deir ez-Zor", explicou o autor do artigo.
Os responsáveis oficiais turcos pensam que Damasco não pode declarar unilateralmente uma zona de interdição aérea sem a permissão de Moscou, levando em conta que os seus sistemas de defesa antiaérea S-200 e S-300 não são tecnicamente capazes de resistir, escreveu o especialista.
Gurcan escreveu que a fase atual da operação militar turca no nordeste da Síria requer a abertura do espaço aéreo sírio para a Força Aérea turca. O especialista lembrou que ao começar a operação Ramo de Oliveira Ancara recebeu um apoio significativo da Rússia no espaço aéreo sírio, já que Moscou o abria e fechava periodicamente para os turcos.
"Noutras palavras, a permissão de Moscou a Ancara para usar o espaço aéreo sírio permite à Rússia determinar o ritmo e a duração das operações militares turcas na Síria", assinalou.
Ancara considera necessário usar o espaço aéreo sírio tanto para as operações ao leste do Eufrates, como para a erradicação dos terroristas restantes do Daesh (proibido na Rússia e em vários outros países).
Foi à Turquia que Donald Trump incumbiu liquidar o Daesh após a retirada das tropas norte-americanas da Síria. Depois da saída dos EUA, a Turquia pode se converter em um ator-chave no palco sírio em 2019, prognosticou a jornalista russa Marianna Belenkaya.