O dia 21 de março é o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. Especialista nesta questão alerta que a desigualdade racial é uma realidade no mercado de trabalho no Brasil.
Sputnik Brasil conversou sobre o tema com a autora do livro "Sim à igualdade racial – raça e mercado de trabalho", a publicitária, diretora executiva do ID_BR — Instituto Identidades do Brasil e mestre em Relações Étnico-Raciais pelo CEFET-RJ, Luana Génot.
Segundo a especialista, muitas pessoas ainda possuem dificuldades de abordar temas relacionados ao racismo estrutural no mercado de trabalho e na educação. "O livro aborda esses temas e reúne entrevistas com profissionais de diversos ramos e opinião pública sobre temática racial e trata como esse tema afeta as suas carreiras e a vida pessoal", explicou a escritora.
Para ela é importante o público se identificar com as histórias e entender "qual é o seu lugar nessa causa", para acelerar a promoção da igualdade racial no país.
A publicitária lamentou que as empresas não consigam incluir investimento no tema em sua pauta.
"A gente percebe uma certa assimetria entre o interesse inicial de falar sobre a temática e a atenção e prioridade que se deveria dar a essa pauta".
Outro indicador de desigualdade racial nas empresas é o baixo número de promoções que as pessoas negras recebem, mesmo com um ótimo currículo. Faltam iniciativas para promover negros a cargos de liderança de modo a criar uma representatividade.
"Representatividade nos cargos de liderança é absolutamente fundamental para a gente poder quebrar estigmas e aumentar o número de narrativas de que há possibilidade de transitar nos cargos de liderança nas empresas", acrescentou a escritora. Ela nota que a situação da mulher negra nas empresas e no mercado do trabalho é a mais afetada por falta de políticas afirmativas.