Conhecido como "mordomo" do líder da Coreia do Norte, Kim Chang-son, funcionário da Comissão de Assuntos do Estado norte-coreano, desembarcou na última terça-feira na capital russa e permanecia na cidade nesta quinta-feira, segundo a agência sul-coreana Yonhap.
A especulação sobre uma possível viagem de Kim Jong-un à Rússia, um país com o qual a Coreia do Norte divide parte de sua fronteira, envolve o fato do seu "mordomo" sempre ser despachado para preparativos logísticos das viagens oficiais do líder norte-coreano.
Antes das duas cúpulas com o presidente estadunidense Donald Trump, Kim Chang-son visitou Singapura e Vietnã, respectivamente, com bastante antecedência para realizar os acertos necessários.
Ainda de acordo com a Yonhap, a diplomacia norte-coreana voltou-se ao Kremlin depois do fracasso da segunda e mais recente cúpula entre Kim e Trump, realizada em Hanói e que não rendeu qualquer avanço, sendo considerada um fracasso e gerando o temor da retomada de testes balísticos por parte de Pyongyang.
Apenas em março, ao menos três altos funcionários norte-coreanos desembarcaram em Moscou. Nesta semana, uma delegação de senadores russos fez o caminho inverso e visitaram Pyongyang, em um movimento de incremento das relações bilaterais.
Citado por um jornal da Coreia do Sul, o ex-chefe do Centro de Missão Coreana da Agência Americana de Inteligência (CIA), Andrew Kim, declarou que o líder norte-coreano está costurando uma visita oficial à Rússia.
Depois de anos recluso em seu próprio país, Kim Jong-un já fez quatro visitas à China desde 2018, em busca de apoio e conselhos junto ao governo chinês, um aliado histórico. Contudo, o líder norte-coreano ainda não se encontrou oficialmente com Putin, que por sua vez já teve a oportunidade de encontrar oficialmente o pai de Kim, Kim Jong-il, falecido em 2011.