No âmbito do experimento, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Roscosmos enviaram para a Estação Espacial Internacional (EEI) centenas de organismos terrestres, tais como bactérias, algas, fungos e briófitos de habitats polares e alpinos. O objetivo do experimento BIOMEX era sujeitar organismos a condições similares às de Marte e analisar reações.
Ao receber os resultados do experimento, pesquisadores ficaram realmente impressionados. Esses organismos terrestres conseguiram sobreviver 533 dias no vácuo, expostos à intensa radiação ultravioleta e a variações extremas de temperatura.
"Alguns dos organismos e biomoléculas demostraram tremenda resistência à radiação no espaço e, na verdade, retornaram do espaço à Terra 'sobreviventes'", indica o astrobiólogo Jean-Pierre de Vera, do Instituto de Pesquisa Planetária do Centro Aeroespacial Alemão.
"Eles sobreviveram a condições espaciais e também são detectáveis com nossos instrumentos. Esses organismos unicelulares poderiam ser candidatos para as formas de vida que poderiam ser encontradas em Marte", disse Jean-Pierre de Vera, citado pelo jornal Science Alert.
"Claro que isso não significa que existe vida em Marte", sublinhou Vera, adicionando que "a busca de vida é a principal força matriz para futuras gerações de missões para Marte".
Organismos que podem sobreviver a condições geoquímicas severas são conhecidos como extremófilos, sendo o tipo de vida que poderia habitar outros planetas. Em particular, cientistas mostraram que esses organismos poderiam sobreviver a condições marcianas.