Até que o "sucesso em resolver o conflito doméstico no leste da Ucrânia" seja alcançado e as relações Rússia-Ucrânia sejam normalizadas, parabenizar Zelensky faz pouco sentido, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.
Zelensky, ex-comediante e ator de televisão, foi empossado na última segunda-feira em Kiev. Durante seu discurso inaugural aos legisladores ucranianos, ele prometeu tentar recuperar "territórios perdidos", ou seja, a Crimeia e o leste do país.
"Nosso primeiro objetivo será alcançar um cessar-fogo em Donbass", afirmou ele, referindo-se à região industrial do leste controlada por rebeldes.
Comentando sobre o apelo de Zelensky, Peskov disse que discutir o status da Crimeia está fora de questão, chamando-a de "uma das regiões da Rússia". Ao mesmo tempo, pode haver um avanço em Donbass.
"Esta é uma questão [política] doméstica da Ucrânia que pode e deve ser resolvida pelo presidente com base nos acordos de Minsk", pontuou.
O novo presidente da Ucrânia, que vem de uma família de língua russa, comentou que estará determinado a tomar "decisões difíceis" se ajudar a alcançar a paz — mas nunca abandonará o território ucraniano.
No entanto, Zelensky deu poucos detalhes de sua política de reconciliação desde que venceu a eleição presidencial de 2019. Ele deixou para uma equipe de assessores, mas tem dito às vezes que estaria pronto para "fazer tudo" para acabar com a guerra no leste do país.