"Nós vemos muitas questões estratégicas na agenda que devem ser abordadas no nível de dois presidentes. Não há como esses problemas serem resolvidos em um nível inferior. Entendemos que muitas perguntas vêm do lado americano, que também devem ser discutidas pelos presidentes", disse Peskov, secretário de imprensa de longa data de Putin, à RT.
Ele acredita que a ausência de prolongadas conversas frente a frente entre os dois líderes desde a cúpula de Helsinque, no ano passado, tem questões-chave "ociosas" e "contradiz os interesses nacionais de nossos dois países", acrescentando que há apenas uma parcela de coisas que a Rússia pode fazer por conta própria.
"Não podemos ser mais sagrados que o papa", supôs Peskov, falando em inglês.
Trump cancelou abruptamente uma reunião paralela programada com Putin na cúpula do G20 em Buenos Aires, no final do ano passado, sobre o incidente do navio ucraniano perto do estreito de Kerch entre a Crimeia e a Rússia, embora os dois tenham realizado uma breve conversa informal.
O presidente dos EUA anunciou que poderá se reunir com o líder russo durante a próxima cúpula do G20 no Japão no final deste mês, mas Peskov insistiu que nenhum pedido oficial veio da Casa Branca, e reiterou que a bola permanece na quadra dos EUA.
"Desde o início, o presidente Putin insistiu que estávamos prontos para avançar tanto e tão avançados quanto nossos colegas americanos estejam prontos. Infelizmente, agora vemos que eles não estão prontos para avançar", destacou Peskov.
"Mas o presidente Putin é um presidente bastante experiente e bastante paciente de um país bastante paciente", acrescentou.
Peskov acrescentou que o líder russo assumiu a missão de "reparar esse dano que foi feito pelo presidente Obama durante o mês passado de sua presidência".