Khashoggi foi vítima de "uma execução deliberada e premeditada, um assassinato extrajudicial pelo qual o Estado da Arábia Saudita é responsável", disse Agnes Callamard, relatora especial da ONU sobre execuções extrajudiciais, nesta quarta-feira.
Ela fez as declarações após o final de um inquérito de seis meses sobre o caso. A relatora pediu uma investigação adicional sobre o papel de altos funcionários sauditas, incluindo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que pode ter participação no assassinato de Khashoggi.
De fato, esta investigação de direitos humanos mostrou que há evidências confiáveis suficientes sobre a responsabilidade do príncipe herdeiro que exigem mais investigações.
O ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, rejeitou a alegação de Callamard também nesta quarta-feira, argumentando que o caso já havia sido investigado pelas autoridades sauditas e insistiu que permanecesse dentro da jurisdição do reino.
"Nós rejeitamos categoricamente qualquer tentativa de manchar os líderes do Reino [da Arábia Saudita] e qualquer tentativa de tirar o caso da jurisdição da justiça saudita", escreveu al-Jubeir no Twitter.
Um crítico da família real saudita e colaborador do jornal norte-americano The Washington Post, Khashoggi foi assassinado em outubro após entrar no consulado de Riad em Istambul, na Turquia.
Autoridades turcas afirmaram que ele foi assassinado por um esquadrão de ataque enviado pelos sauditas. Riad afirmou que o jornalista morreu em uma briga espontânea, que irrompeu dentro do prédio, e negou que a família real estivesse de alguma forma envolvida no incidente.
A morte de Khashoggi provocou indignação em todo o mundo e levou os EUA a sancionar várias autoridades sauditas.