Johnson disse que o Reino Unido não pode apoiar a operação militar de Ancara na Síria e cobrou de Erdogan o encerramento da ofensiva, pedindo pode diálogo, informou Reuters.
"Ele expressou a grave preocupação do Reino Unido com a operação militar da Turquia no norte da Síria, o que, segundo ele, pode piorar ainda mais a situação humanitária no país e prejudicar o progresso feito contra o Daesh. Ele pediu ao presidente que encerre a operação e inicie um diálogo e afirmou que o Reino Unido e os parceiros internacionais estão prontos para apoiar as negociações para um cessar-fogo", informou um porta-voz do governo britânico, citado pelo Reuters, após a ligação telefônica realizada entre os dois líderes neste sábado.
Erdogan anunciou no início desta semana o início da Operação Fonte de Paz, no norte da Síria, contra a organização terrorista Daesh (proibido na Rússia e outros países) e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que Ancara designa como terroristas.
Do lado sírio da fronteira, o território é controlado pelas Forças Democráticas da Síria (FDS), lideradas pelos curdos. A organização também foi classificada por Ancara como um grupo terrorista.
A ofensiva turca - Fonte de Paz - atende o objetivo de longa data de Ancara, que deseja eliminar a presença das milícias curdas e dos militantes do Daesh em sua fronteira com o país árabe e criar uma zona de segurança na região para supostamente acomodar refugiados sírios. A operação militar já resultou em mortes de civis dois lados da fronteira.
Damasco considera as manobras turcas como uma violação da integridade territorial da Síria. Vários países, incluindo a Rússia, pediram à Turquia que se abstenha de ações que possam criar obstáculos ao processo de paz no país abalado pela Guerra Civil desde 2011.
A operação militar turca foi duramente condenada pela comunidade internacional, inclusive por diversos países árabes.