Em discurso para parlamentares de seu partido realizado nesta quarta-feira (16), ele disse que a Turquia não seria coagida a parar a ofensiva ou aceitar ofertas de mediação com os curdos. Erdogan prometeu continuar avançando até as tropas turcas alcançarem cerca de 30 a 35 quilômetros dentro da área da fronteira com a Síria.
"Nossa proposta é os terroristas abandonarem suas armas, deixarem seus equipamentos, destruírem as armadilhas que criaram e saírem da zona de segurança que designamos hoje", disse o presidente, segundo publicado pela agência AP.
O objetivo da operação é expulsar da região as Forças Democráticas Sírias (FDS) e as Unidades de Proteção Popular (YPG), que Ancara considera grupos terroristas, e criar uma "zona segura" na fronteira, para onde seriam enviados os refugiados sírios que hoje vivem em campos instalados em território turco.
"Caso isso seja feito, a Operação Fonte de Paz vai terminar", garantiu o chefe de Estado. A ofensiva teve início após os Estados Unidos anunciarem a retirada total de suas tropas da Síria.
Esforços diplomáticos se intensificam
Enquanto os combates prosseguem, os esforços diplomáticos se intensificam. A Rússia vem trabalhando para evitar um conflito entra as tropas turcas e as forças do governo da Síria que se deslocaram para o nordeste do país. Os curdos pediram ajuda do Exército sírio para se defender do ataque de Ancara.
A declaração de Erdogan ocorre um dia antes da visita a Turquia do vice-presidente americano, Mike Pence, que terá a missão de buscar um fim para os combates. Também fazem parte da comitiva americana o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o conselheiro de segurança nacional, Robert O'Brien.
'Não procuramos por um mediador de paz'
Paralelamente, o Kremlin disse que o mandatário turco aceitou um convite do presidente russo, Vladimir Putin, para ir a Moscou nos próximos dias debater a questão síria.
Erdogan disse a jornalistas que "não tinha" problemas em viajar para a Rússia. Mas ressaltou em seu discurso aos parlamentares que a Turquia não "procurava por um mediador de paz e nem precisava de um".