Em entrevista à Sputnik, o diretor do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Vladimir Davydov, disse que o Brasil reconhece a importância do BRICS para o seu desenvolvimento econômico.
"O comportamento de Bolsonaro, o comportamento do Brasil durante esta rodada da presidência pro tempore brasileira do BRICS, é um sinal positivo muito importante", disse Davydov.
O Brasil ocupa atualmente a presidência do bloco, portanto se responsabilizou pela coordenação e realização de todas as atividades do BRICS em 2019.
"Apesar da aproximação aos EUA, da tendência em direção ao Ocidente, líderes que representam vertentes ideológicas diferentes da nossa [russa] mantiveram sua presença e solidariedade no bloco", afirmou.
Davydov lembrou que o BRICS possibilita ao Brasil exercer uma política externa genuinamente global, superando a perspectiva "provinciana ou regional".
Através do BRICS, o "Brasil acessa os mecanismos de governança globais, sem isso é impossível que satisfazer a aspiração de ser uma potência global", opinou o especialista.
Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), no encerramento da 11ª Cúpula dos BRICS, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou não acreditar que o Brasil tenha perdido o interesse no bloco, lembrando que Bolsonaro ainda está em início de mandato: "sempre leva um tempo até que as coisas se ajustem".
A 11ª Cúpula de Chefes de Estado do BRICS foi encerrada ontem (14), em Brasília. Ao final do ano, o Brasil passa a presidência pro tempore do bloco para a Rússia.
Durante a entrevista, o presidente russo informou que o lema da próxima Cúpula do BRICS, a ser realizada em 2020 na Rússia, terá como tema a "Parceria para estabilidade global e desenvolvimento inovador".