Segundo fontes próximas do caso, o acusado é um homem de cerca de 30 anos, trabalhador de uma companhia de telecomunicações chinesa, e suspeito de ser o responsável pelos crimes cibernéticos contra cerca de 200 companhias e institutos de pesquisa japoneses. O seu principal alvo, no entanto, seria a agência espacial nipônica JAXA, informa o portal Nikkei Asia.
Os crimes cibernéticos ocorreram entre 2016 e 2018, frutos da renda de vários servidores de computador sob inúmeras identidades falsas criadas pelo acusado. Conforme informa a mídia, o último teria compartilhado essas identidades com um grupo hacker chamado Tick que, por sua vez, teria ligações com o setor militar chinês.
A polícia acredita que os ataques tiveram como objetivo a coleta de informações confidenciais para o governo chinês. Deste modo, pediu para empresas e institutos envolvidos terem cuidado com a espionagem cibernética, e para revisarem suas redes em busca de danos.
Deve-se sublinhar que apontar o governo chinês como culpado por crimes cibernéticos no Japão é algo raro, mas bastante sério.
Tais acusações surgem em meio a tensões entre Tóquio e o gigante asiático, que é o seu principal parceiro comercial. Katsunobu Kato, secretário-chefe do gabinete do Japão, se recusou a comentar a investigação dos acontecimentos, dizendo apenas que o governo continuaria reagindo a tais crimes que vêm sendo organizados mais e mais no Japão, segundo a agência Bloomberg.
Do lado da China, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, disse não ter conhecimento do caso.
Contudo, Wang comentou que "no que toca ao incidente, tem de haver ampla evidência, não pode ser baseado em presunção. […] Somos [China] contra outros países difamarem nossa segurança cibernética, bem como a usarem em prol de suas agendas políticas", citado pela mídia americana, e ainda relembrando que a China também já foi vítima de ataques da mesma natureza.