Representantes da OTAN assinam protocolos sobre adesão de Finlândia e Suécia à aliança ocidental
10:43 05.07.2022 (atualizado: 12:51 05.07.2022)
© AP Photo / Olivier MatthysO ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto (à esquerda), o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, e a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, participam de entrevista coletiva após assinatura de protocolos de adesão à OTAN, na sede da aliança, em Bruxelas, em 5 de julho de 2022
© AP Photo / Olivier Matthys
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Os governos finlandês e sueco solicitaram a adesão à OTAN nesta primavera, do Hemisfério Norte, após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, rompendo com as tradições de neutralidade de gerações.
Embaixadores dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) assinaram formalmente os protocolos de adesão da Finlândia e da Suécia na sede da OTAN em Bruxelas, Bélgica, nesta terça-feira (5), com os ministros das Relações Exteriores finlandês e sueca, Pekka Haavisto e Ann Linde, respectivamente, presentes na cerimônia.
"Este é realmente um momento histórico. Para a Finlândia, para a Suécia, para a OTAN e para nossa segurança compartilhada", disse o chefe da aliança, Jens Stoltenberg.
Os dois países nórdicos concluíram rapidamente as negociações de adesão nesta segunda-feira (3), com a OTAN dizendo em comunicado à imprensa que os dois países "confirmaram formalmente sua vontade e capacidade de cumprir as obrigações e compromissos políticos, legais e militares da adesão à OTAN" após seu convite formal ao bloco na cúpula da aliança na semana passada em Madri, Espanha.
Os protocolos de adesão agora precisam ser formalmente ratificados por cada um dos 30 aliados que compõem o bloco.
"A porta da OTAN continua aberta às democracias europeias que estão prontas e dispostas a contribuir para nossa segurança compartilhada. Este é um bom dia para a Finlândia e a Suécia e um bom dia para a OTAN. Com 32 nações ao redor da mesa, seremos ainda mais fortes, e nosso povo estará ainda mais seguro ao enfrentarmos a maior crise de segurança em décadas", disse Stoltenberg.
O ministro das Relações Exteriores Haavisto expressou o apreço da Finlândia à aliança por apoiar a candidatura de Helsinque e lembrou que, "nos últimos 30 anos, a Finlândia e a OTAN tiveram uma parceria de longa data e pragmática", começando com o programa Parceria para a Paz em 1994.
A ministra das Relações Exteriores Linde chamou a cerimônia de assinatura dos protocolos de adesão como um "dia histórico para a Suécia e a Finlândia".
"A assinatura dos protocolos de adesão será um passo importante para nossa adesão plena à OTAN [...] Como um futuro membro da aliança, a Suécia contribuirá para a segurança de todos os aliados. Estamos convencidos de que nossa adesão fortalecerá a OTAN e aumentará a estabilidade na área euro-atlântica", disse Linde.
Autoridades dos países da OTAN enfatizaram repetidamente a importância da entrada da Finlândia e da Suécia na aliança ocidental nos últimos dias, com o presidente polonês Andrzej Duda afirmando, nesta segunda-feira (4), que o mar Báltico se tornaria uma "bacia interna" da aliança militar depois que os países nórdicos se juntem à OTAN.
A Turquia permitiu que a candidatura das nações nórdicas à OTAN avançasse, na véspera da cúpula de Madri, depois que um acordo foi alcançado sobre o abrigo de membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK na sigla em curdo) em Helsinque e Estocolmo. Ancara classifica o PKK como uma organização "terrorista" e ameaçou bloquear indefinidamente os pedidos da Finlândia e da Suécia para ingressar na aliança até que suas preocupações fossem aliviadas.
A Rússia expressou consternação com as propostas dos países nórdicos de aderirem à OTAN. Na semana passada, o presidente Putin alertou que, embora Moscou não tenha os tipos de "problemas" com a Finlândia e a Suécia como tem com a Ucrânia, Helsinque e Estocolmo "deveriam perceber clara e diretamente que [enquanto] não havia ameaças antes, agora, se contingentes e infraestrutura militares forem implantados lá, [a Rússia] terá que responder de maneira espelhada".
A Rússia compartilha uma fronteira de 1.340 km com a Finlândia. A expansão prospectiva da OTAN para esta fronteira será apenas a última rodada do avanço da aliança ocidental para o leste. Desde 1990 e a reunificação da Alemanha, todos os ex-membros da extinta aliança do Pacto de Varsóvia liderada pelos soviéticos, três repúblicas da ex-URSS e quatro repúblicas da Iugoslávia foram engolidas pelo bloco ocidental.