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EUA sofrem de amnésia histórica incurável, diz mídia

© AP Photo / Julio CortezEm Baltimore, nos Estados Unidos, uma pessoa caminha em meio à neve perto de uma bandeira nacional, em 3 de janeiro de 2022
Em Baltimore, nos Estados Unidos, uma pessoa caminha em meio à neve perto de uma bandeira nacional, em 3 de janeiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 13.08.2022
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Artigo publicado no The Hill relata série de erros repetidos pela política externa americana e destaca que Rússia e China nem sempre jogam pelas regras do Ocidente.
Os Estados Unidos sofrem de uma "amnésia histórica" ​​incurável, causada por um "gene da estupidez" no DNA estratégico e político do país. A afirmação foi feita pelo cientista político Harlan Ullman, em um artigo para o jornal The Hill.
"Por mais mortais que sejam as pandemias, o caso americano de 'amnésia histórica' pode ser uma doença muito mais grave. A julgar pelo curso de nossa história, essa doença pode ser incurável. Ainda é altamente contagiosa e transmitida de geração em geração de americanos", escreveu o autor.
Ullman lembra que, há 58 anos, o Congresso americano aprovou a Resolução do Golfo de Tonkin, que levou os Estados Unidos à Guerra do Vietnã. A versão oficial que baseou a resolução era de que um destróier americano teria sido atacado por vários torpedeiros vietnamitas, enquanto patrulhava águas internacionais do Golfo de Tonkin. Porém, o navio não foi atingido e não havia vítimas entre os membros de sua tripulação.
"O Congresso reagiu com extraordinária velocidade, refletindo a atmosfera tensa da então Guerra Fria em curso e o recente fracasso do país na crise dos mísseis cubanos dois anos antes", escreveu o cientista político. Ao mesmo tempo, o oficial de comando tático a bordo do destróier sabia que a versão dos ataques vietnamitas eram duvidosas.
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Ullman destaca que aquela não foi a última vez que o país colocou em prática "o pervertido princípio de atirar primeiro para só depois achar o alvo". Ele cita o ataque a Saddam Hussein sob o pretexto de neutralizar armas de destruição em massa que nunca foram encontradas.
Segundo o autor, os paradigmas atuais nos Estados Unidos repetem essencialmente os antigos, da Guerra Fria. Ele acrescenta que a tese "democracia versus autocracia" é bastante difícil de implementar, e lembra que a maioria dos aliados de Washington no Golfo Pérsico tem líderes com títulos de "rei" ou "príncipe herdeiro", e que há membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que estão muito longe do conceito de "democracia liberal".

"A erosão do chamado 'sistema baseado em regras' reflete o fato de que nem todos, muito menos China e Rússia, sempre concordam ou querem jogar pelas regras do Ocidente. A triste história do colonialismo e do imperialismo ocidentais é lembrada em um momento em que o prestígio dos Estados Unidos continua a declinar junto com sua influência. O mundo precisa de um sistema mais novo de relações internacionais, que não seja baseado em regras", diz o cientista político.

"Ao mesmo tempo, a questão fundamental permanece: a amnésia histórica dos Estados Unidos é curável?", questiona o autor.
Segundo ele, uma explicação para esse estado inato de amnésia é o gene da estupidez no DNA estratégico e político do país. Apesar das mudanças nas condições da política externa, a liderança política americana, independentemente de quem esteja no poder, continua cometendo os mesmos erros, deixando a história no esquecimento.
"Hoje, o poder econômico e militar dos Estados Unidos é grande em termos absolutos. Mas em termos relativos, esses dois importantes indicadores estão caindo. Será que o diagnóstico um tanto sombrio de amnésia histórica ​​realmente indica uma doença incurável? Sim, é assim que parece para todos nós", finaliza Ullman.
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