Alto comandante dos EUA na Ásia chama China de 'gorila' e pede resposta às ações de Pequim em Taiwan
13:32 16.08.2022 (atualizado: 13:47 16.08.2022)
© AP Photo / Kin CheungO contra-almirante dos EUA Karl Thomas fala no convés do porta-aviões USS Ronald Reagan da Marinha dos EUA em Hong Kong, 21 de novembro de 2018
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Principal comandante norte-americano na região acredita que é necessário "desafiar" os exercícios da China em torno da ilha visto que os mesmos podem "se tornar o novo normal", uma vez que "o gorila na sala envia mísseis sobre Taiwan".
Nesta terça-feira (16), Karl Thomas, comandante da Sétima Frota dos EUA na Ásia, descreveu a China como um "gorila na sala" diante das manobras de aviões de guerras chineses em torno de Taiwan ao mesmo tempo que convocou Washington a reagir às incursões de Pequim, segundo a BBC News.
"É muito importante contestarmos esse tipo de coisa. Eu sei que o gorila na sala está lançando mísseis sobre Taiwan. Se permitirmos que isso aconteça, e não contestarmos isso, essa será a próxima norma. […]. É irresponsável lançar mísseis sobre Taiwan em águas internacionais, onde operam rotas marítimas e há livre navegação", afirmou o vice-almirante em Cingapura antes do exercício naval de Cooperação e Treinamento do Sudeste Asiático (SEACAT, na sigla em inglês).
Na visão de Thomas, é importante que aconteça uma resposta às ações chinesas uma vez que a região pode se tornar "postos avançados militares" como aconteceu nas "ilhas do mar do Sul da China".
"Se você não contestar, o problema é que se tornará a norma [...]", repetiu o militar adicionando que "as pessoas simplesmente aceitam, e, então, de repente, podem acontecer afirmações como se todo o mar do Sul da China fosse seu mar territorial. Se você não desafiar [...] pode se tornar exatamente como as ilhas [que se] se tornaram postos militares avançados. Elas [as ilhas] agora são postos militares em pleno funcionamento que têm mísseis, grandes pistas, hangares, radares, postos de escuta", complementou.
Washigton alega que as reivindicações marítimas excessivas de Pequim sobre o mar do Sul da China e em outros lugares minam o princípio da liberdade de navegação e ameaçam linhas marítimas vitais.
Mais de 80% do volume do comércio internacional de mercadorias é transportado por mar, disse a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento em seu relatório de 2021 citado pela mídia.
"As rotas marítimas são a força vital de nossas economias [...] ter rotas marítimas abertas e ter navios que possam operar [...] é extremamente importante para manter a economia funcionando", disse Thomas.
As Forças Armadas chinesas retomaram seus exercícios em torno de Taiwan ontem (15) em resposta a uma visita de dois dias a Taipé pelo senador Ed Markey e outros quatro legisladores dos EUA.