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Guterres: fome global cresceu ainda antes da pandemia e 'nunca se recuperou'

© AP Photo / Khalil SenosiSecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres
Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres - Sputnik Brasil, 1920, 14.09.2022
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Nesta quarta-feira (14), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que o mundo corre o risco de ver diversos focos de fome neste ano, apesar do acordo de grãos fechado com Rússia e Ucrânia.
A declaração de Guterres foi dada durante uma coletiva de imprensa sobre a 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU, cuja abertura ocorreu na terça-feira (13). O secretário-geral salientou que a fome global começou a aumentar antes da pandemia de COVID-19 e desde então "nunca se recuperou".

"Apesar da iniciativa de grãos do mar Negro e do acordo para levar alimentos e fertilizantes russos aos mercados globais, há um risco real de múltiplos episódios de fome neste ano", disse.

Após temores de agravamento da fome mundial devido ao impasse no mar Negro em meio à operação militar especial russa, um acordo mediado pela ONU e assinado por Rússia, Ucrânia e Turquia estabeleceu um corredor marítimo humanitário para navios com carregamentos de alimentos e fertilizantes.
© Foto / 1195798Grãos de trigo (imagem ilustrativa)
Grãos de trigo (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil, 1920, 14.09.2022
Grãos de trigo (imagem ilustrativa)
O acordo estabeleceu a liberação de três portos-chave ucranianos para exportações: de Odessa, de Chornomorsk e de Yuzhne. Além disso, a iniciativa criou o Centro Conjunto de Coordenação (JCC, na sigla em inglês), com sede em Istambul, para monitorar o trânsito de pessoas e mercadorias.
Desde o início do acordo, mais de 2,5 milhões de toneladas de produtos agrícolas deixaram os portos ucranianos. Apesar disso, apenas 28% das remessas de grãos da Ucrânia foram para países de baixa renda, enquanto 44% foram para países de alta renda, de acordo com um relatório do JCC.
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