Índia rejeita pedido da Alemanha por intervenção da ONU sobre disputa na Caxemira
© AP Photo / Channi AnandSoldados do exército indiano patrulham a Linha de Controle (LoC, na sigla em inglês) entre a fronteira da Índia e do Paquistão em Poonch, a cerca de 250 quilômetros de Jammu, Índia, 18 de dezembro de 2020
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A Índia e o Paquistão estão em desacordo pela disputa da Caxemira desde que ambos os países conquistaram a independência em 1947. Nova Deli e Islamabad reivindicam a posse da região, com a Índia acusando o Paquistão de apoiar militantes e este último alegando que a Índia está maltratando a população muçulmana na região.
Rejeitando o apelo da ministra das Relações Exteriores alemã para envolver as Nações Unidas para resolver a questão da Caxemira, a Índia disse que a Caxemira é uma questão que diz respeito apenas à Índia e ao Paquistão, e não há necessidade do envolvimento de terceiros.
O Ministério das Relações Exteriores da Índia também disse que o foco deveria estar no combate aos terroristas baseados no Paquistão que têm como alvo a região há muito tempo.
Em um comunicado divulgado no sábado (8), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Arindam Bagchi, disse que "todos os membros sérios e conscientes da comunidade global têm um papel e a responsabilidade de denunciar o terrorismo internacional, especialmente de natureza transfronteiriça".
"O território da União Indiana de Jammu e Caxemira tem suportado o peso de tal campanha terrorista por décadas. Isso continua agora. Cidadãos estrangeiros foram vítimas lá, como em outras partes da Índia. O Conselho de Segurança da ONU e o Grupo de Ação Financeira Internacional [GAFI] ainda estão perseguindo terroristas baseados no Paquistão envolvidos nos horríveis ataques de 26 de novembro", acrescentou o porta-voz.
A resposta da Índia veio depois que a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, e seu homólogo paquistanês, Bilawal Bhutto Zardari, pediram o "engajamento das Nações Unidas" na situação em Jammu e Caxemira em uma coletiva de imprensa conjunta em Berlim na sexta-feira (7).
Elogiando o acordo de cessar-fogo na Linha de Controle (LoC, na sigla em inglês) de fevereiro de 2021 entre os dois países, Baerbock disse que "a Alemanha tem um papel e responsabilidade em relação à situação da Caxemira. Portanto, apoiamos intensamente o engajamento das Nações Unidas para encontrar soluções pacíficas na região".
Ela também pediu um "diálogo político" entre os dois países, observando os "sinais positivos", como a cooperação entre o Paquistão e a Índia para fornecer alimentos ao Afeganistão.
O ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Bilawal Bhutto Zardari, sustentou que "graves violações dos direitos humanos" estão sendo cometidas em Jammu e Caxemira, e isso representa um risco para a paz e a estabilidade regionais.
Segundo o ministro, a paz no sul da Ásia não será possível sem a "resolução pacífica da disputa de Jammu e Caxemira de acordo com as resoluções da ONU, de acordo com o direito internacional".
"Esperamos ver o dia em que a ONU desempenhe um papel adequado para encerrar essa disputa de longa data, para que possamos não apenas ter paz em nossa região, mas também aprimorar áreas de cooperação", acrescentou.