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Putin: se corredores humanitários forem usados por terroristas, acordo de grãos poderá cair

© SputnikVladimir Putin, presidente da Rússia, fala após reunião dos chefes de Estado da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), em 14 de outubro de 2022
Vladimir Putin, presidente da Rússia, fala após reunião dos chefes de Estado da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), em 14 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2022
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O presidente russo, Vladimir Putin, falou sobre a questão da exportação de grãos para os países pobres saindo do mar Negro, e também sobre a segurança na Ásia Central, em coletiva de imprensa em Astana, no Cazaquistão.
Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, expressou a vontade de estruturar o fluxo de grãos do mar Negro aos países pobres no âmbito do acordo de grãos, disse na sexta-feira (14) Vladimir Putin, presidente da Rússia.

"Ele [Erdogan] foi um participante ativo na organização da exportação de grãos da Ucrânia. É verdade que uma quantidade mínima deste grão vai para os países mais pobres do mundo através da ONU, mas esta é outra questão. Nós também discutimos isso com ele, e no decorrer das negociações ontem, ele falou a favor de estruturar os fluxos de grãos em primeiro lugar para os países mais pobres", continuou ele em coletiva de imprensa em Astana, Cazaquistão.

O presidente da Rússia também afirmou ser inadmissível que os corredores humanitários sejam usados para conduzir atos terroristas.
"Mas se os corredores humanitários, que devem ser usados para entregar grãos aos países mais pobres, não estiverem indo para lá, mesmo sendo o pretexto para organização deste trabalho. Se for descoberto que os corredores humanitários estão sendo usados para cometer atos terroristas, então é claro que isto lançará grandes dúvidas sobre o futuro funcionamento deste corredor, mas, por enquanto, não temos tais dados."
Se tal ação for revelada, Vladimir Putin prometeu que "fecharemos e ponto final", mas que seria necessário determinar essa informação.
Erdogan, acrescentou o presidente russo, também participou da troca de prisioneiros de guerra com a Ucrânia.
"O senhor Erdogan já desempenhou um papel bastante proeminente na resolução de uma série de questões, incluindo, digamos, aquelas relacionadas à troca [de prisioneiros]. Ele realmente se envolveu pessoalmente neste trabalho, e, como é sabido, há um resultado. Também somos gratos a ele por isso, porque recebemos nossos soldados, oficiais", explicou o alto responsável.
O chefe de Estado russo apontou que "apoiar procissões de tochas no centro de suas principais cidades e pessoas andando com símbolos nazistas não tem nada a ver diretamente com a cultura ucraniana", e que a Rússia não realiza discriminação contra os três milhões de ucranianos e a cultura ucraniana no seu território.
"Na União Soviética eram populares canções na língua ucraniana, e acho que não devemos ser como aqueles que [...] cancelam algum tipo de cultura, a cultura não tem nada a ver com isso", acrescentou o presidente.
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Em resposta a uma pergunta sobre se a OTAN entrará na Ucrânia se a posição de Kiev ficar calamitosa, ele advertiu contra um conflito direto entre a OTAN e a Rússia, "que poderia levar a uma catástrofe global", e sugeriu perguntar a Joe Biden, presidente dos EUA, se ele está pronto para negociações.
"É preciso lhe perguntar se ele está preparado para ter tais conversas comigo ou não. De maneira geral, não vejo a necessidade, para ser honesto. Ainda não há plataforma para qualquer negociação", disse Putin após ser questionado se iria à cúpula do G20 para realizar tais conversações. Ela ocorrerá na ilha indonésia de Bali, em 15 e 16 de novembro.

Relações russas com a CEI

Os países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI) também estão preocupados com as relações russo-ucranianas, mas isso não mina as relações entre a Rússia e o resto da organização, garantiu o presidente russo.

"Nossos aliados, nossos parceiros, querem trabalhar nestes formatos. Nada muda neste sentido", disse ele, adicionando que "estamos prestando atenção a alguns desenvolvimentos relacionados às relações entre o Azerbaijão e a Armênia, ao que está acontecendo entre o Tajiquistão e o Quirguistão, estamos todos bem cientes disso".

Quanto aos instrumentos sobre medidas de segurança na Ásia, eles são necessários e devem ser melhorados, sugeriu Putin.
"Parecia que todo o tipo de outros instrumentos seria suficiente para 'sincronizar os relógios' em questões de segurança. No entanto, hoje em dia é evidente que não são, e precisamos dessas ferramentas adicionais, precisamos especialmente para a região asiática. E eles precisam ser melhorados", disse ele sobre o conflito entre o Quirguistão e o Tajiquistão.
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