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Brasil pediu adiamento da presidência do BRICS para não coincidir com G20, diz Haddad

© Foto / Sandra Blaser/Fórum Econômico MundialFernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, participa de painel durante o Fórum Econômico Mundial. Davos, Suíça, 17 de janeiro de 2023
Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, participa de painel durante o Fórum Econômico Mundial. Davos, Suíça, 17 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.01.2023
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou nesta quarta-feira (18) que o Brasil pediu o adiamento em um ano da data em que assumirá a presidência do BRICS para que a vigência do mandato brasileiro não coincida com o período em que o país comandará o G20.
A declaração foi dada por Haddad após reunião com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça. Segundo ele, a adesão do país à OCDE está sendo revisada pelo governo.

"Adiamos a [presidência] do BRICS para não coincidir com a do G20, para que a gente possa fazer um bom trabalho em cada oportunidade que aparecer. Pedimos para adiar para fazer um trabalho de melhor qualidade", disse Haddad a jornalistas.

Os futuros ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva, posam ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva ainda durante a campanha presidencial, em São Paulo, em 19 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 16.01.2023
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O ministro apontou que a "reinauguração do Mercosul", uma das prioridades do novo governo, se dará com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina. O mandatário viaja para o país vizinho para a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que começa na próxima terça-feira (24).
O Brasil acumularia as presidências de G20, Mercosul e BRICS em 2023. Com a decisão do governo brasileiro, a do último deve começar apenas em 2025. A presidência do Brasil no G20 se inicia em dezembro deste ano.
Especialista ouvido pela Sputnik Brasil apontou em entrevista recente que apesar da sinalização de Lula em favor do BRICS em seu discurso de posse, essa aproximação é um problema para os Estados Unidos e o Ocidente deve se mobilizar para tentar afastar o país do grupo.

"O Brasil, sendo a liderança natural da América do Sul, estar no BRICS sempre vai ser um problema para os EUA. Os EUA sempre vão tentar dinamitar essa relação", apontou Pedro Costa Júnior, professor de relações internacionais das Faculdades de Campinas (Facamp) e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP).

Em seu discurso de posse, Lula disse o seguinte: "Nosso protagonismo [internacional] se concretizará pela retomada da integração sul-americana, a partir do Mercosul, da revitalização da Unasul [União de Nações Sul-Americanas] e demais instâncias de articulação soberana da região. Sobre essa base poderemos reconstruir o diálogo altivo e ativo com os Estados Unidos, a comunidade europeia, a China, os países do Oriente e outros atores globais, fortalecendo o BRICS, a cooperação com os países da África e rompendo o isolamento a que o país foi relegado".
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