Inteligência artificial ensinará os generais chineses a lutar melhor?

© AP Photo / Heng SinithPorta-voz do Ministério da Defesa da China, Tan Kefei, participa de uma coletiva de imprensa no local da Associação das Nações do Sudeste Asiático durante a Reunião dos Ministros da Defesa da ASEAN em Siem Reap, Camboja, em 22 de novembro de 2022. O Ministério da Defesa da China disse em uma declaração na quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023, que recusou uma chamada do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, após o abate de um suposto balão espião chinês porque os EUA "não tinham criado a atmosfera adequada" para o diálogo e o intercâmbio.
Porta-voz do Ministério da Defesa da China, Tan Kefei, participa de uma coletiva de imprensa no local da Associação das Nações do Sudeste Asiático durante a Reunião dos Ministros da Defesa da ASEAN em Siem Reap, Camboja, em 22 de novembro de 2022. O Ministério da Defesa da China disse em uma declaração na quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023, que recusou uma chamada do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, após o abate de um suposto balão espião chinês porque os EUA não tinham criado a atmosfera adequada para o diálogo e o intercâmbio. - Sputnik Brasil, 1920, 07.03.2023
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A inteligência artificial chinesa AlphaWar, criada por uma equipe de cientistas liderada pelo professor Huang Kaiqi no Instituto de Automação da Academia de Ciências da China, passou o teste de Alan Turing, revelam seus criadores.
O teste consiste em uma pessoa ter um diálogo via texto com outra pessoa e um computador e ter que determinar com quem está falando. Se confundir o computador com a pessoa, então o computador tem consciência e pode pensar.
Vale notar que existem muitas variações do teste de Turing, que também tem sido criticado, mas até hoje continua sendo o principal meio de determinar se um computador ou inteligência artificial pode pensar como um humano.
Os desenvolvedores chineses criaram a AlphaWar para simular operações militares.
Em uma série de jogos de guerra envolvendo esta inteligência artificial, a AlphaWar provou ter um desempenho superior aos melhores estrategistas militares no comando do Exército de Libertação Popular.
Em muitos jogos de guerra, os oficiais jogando contra o computador desconheciam que estavam "em guerra" não com um humano, mas com uma inteligência artificial.
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Como jogar à guerra?

Os jogos de guerra estão em uso há mais de dois séculos.
O primeiro exemplar, Kriegspiel, foi criado em 1812 pelos oficiais prussianos Georg Leopold von Reisswitz e seu filho, também oficial prussiano, Georg Heinrich Rudolf Johann von Reisswitz. O jogo foi mostrado ao príncipe Guilherme, futuro imperador do Império Alemão, e logo foi introduzido para treinar oficiais do Exército prussiano em tática e estratégia.
As variações modernas de jogos de guerra são os exercícios de estado-maior. Nesses exercícios, os estados-maiores ou grupos de oficiais desenvolvem operações de combate em mapas.
Através dos jogos os militares são estudados novos métodos de guerra e avaliados a situação estratégica e o nível de treinamento do alto comando.
Os jogos de guerra são muito úteis, mas têm suas falhas:
Primeiro, as condições introdutórias muitas vezes não correspondem ao ambiente estratégico real;
Segundo, as ações dos lados são muitas vezes determinadas por um cenário rígido do jogo;
Terceiro, ao determinar o resultado das operações de combate em mapas, os organizadores do jogo dão vantagem arbitrariamente a um dos lados;
Quarto, muitas vezes não são levadas em conta as táticas do provável inimigo.
Nesta foto divulgada pelo Comando Indo-Pacífico dos EUA, o grupo de ataque de porta-aviões do Reino Unido liderado pelo HMS Queen Elizabeth (R 08) e as Forças de Autodefesa Marítima do Japão lideradas pelo destróier de helicópteros da classe Hyuga (JMSDF) JS Ise (DDH 182 ) juntaram-se aos grupos de ataque de porta-aviões da Marinha dos EUA liderados pelos navios-chefe USS Ronald Reagan (CVN 76) e USS Carl Vinson (CVN 70) para conduzir várias operações de grupo de ataque de porta-aviões no mar das Filipinas, em 3 de outubro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 07.03.2023
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Simulador do comando militar dos EUA e aliados

Os desenvolvimentos chineses em inteligência artificial militar devem, antes de mais nada, eliminar essas deficiências.
O comando do Exército chinês provavelmente colocou a missão de criar um jogo de guerra no qual a ação ocorra em tempo real, com liberdade de ação para ambos os lados e contra um oponente forte usando a estratégia, táticas e armamentos dos EUA, países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e seus aliados, tais como Japão, Coreia do Sul e Austrália.
Em seguida, o comando do Exército vai ensinar à inteligência artificial militar tudo o que sabe sobre estratégia e táticas dos EUA, a experiência de todas as guerras que os EUA travaram, seus equipamentos e armamentos.
O resultado será uma excelente simulação de comando e controle das Forças Armadas norte-americanas e seus aliados.
A inteligência artificial examinará em detalhe todos os teatros de operações possíveis com todas as suas peculiaridades. Assim, AlphaWar poderá lutar em terra, no mar e no ar da mesma forma que os EUA e seus aliados.
O porta-aviões norte-americano USS Ronald Reagan é escoltado ao chegar a Busan, Coreia do Sul, em 23 de setembro de 2022. A Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos de curto alcance em direção às águas do leste, 6 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 07.03.2023
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Depois, o comando do Exército vai realizar numerosas batalhas de seus generais com a inteligência artificial.
Cada general chinês terá a oportunidade de combater com seus adversários em condições quase indistinguíveis das reais. Estas podem ser batalhas de computador longas e extenuantes.
Os generais chineses, em batalhas de computador, vão ter de melhorar suas técnicas de combate e inventar novas para vencer. O resultado das batalhas vai mostrar quais métodos são eficazes e quais não são.
Todas as opções concebíveis para uma guerra potencial com os EUA e seus aliados podem ser testadas; as que não obtiverem êxito e que levarem à derrota podem ser rejeitadas, e as melhores, levando a uma vitória na guerra, podem ser selecionadas e desenvolvidas.
Como a inteligência artificial aprende com seus erros, recebendo informação completa ela será capaz de modificar e desenvolver a estratégia e as táticas estadunidenses.
A inteligência artificial pode combater com armas que ainda estão em desenvolvimento e ainda não entraram em serviço.
Em outras palavras, ela permite experimentar a guerra do futuro, inventar seus próprios métodos e compreender que tipo de equipamento de combate é necessário para essa guerra do futuro.
Se os generais chineses aprenderem como derrotar um inimigo mais forte em batalhas computadorizadas, vão ter vantagem sobre os generais norte-americanos, japoneses, coreanos e outros que não passaram pela mesma escola.
Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, fala em coletiva de imprensa na sede do órgão governamental em Pequim, China, 3 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 06.03.2023
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