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Almirante aposentado da Turquia defende saída do país da OTAN

© AP Photo / Manu FernandezMembro da delegação da Turquia ajusta a bandeira antes de um discurso do presidente turco Recep Tayyip Erdogan durante cúpula da OTAN em Madri, Espanha, 30 de junho de 2022
Membro da delegação da Turquia ajusta a bandeira antes de um discurso do presidente turco Recep Tayyip Erdogan durante cúpula da OTAN em Madri, Espanha, 30 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 30.04.2023
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Em uma entrevista, um ex-militar turco declarou que os EUA, tal como o Reino Unido antes, tem usado a Turquia desde 1945 para seus fins, e que não a ajudam no seu conflito com separatistas curdos.
O Ocidente representa uma ameaça maior para a Turquia por seu apoio às tentativas de criar um Estado curdo separatista, afirmou um almirante aposentado turco em uma entrevista.
Em referência ao início da guerra clandestina do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), classificado como organização terrorista por Ancara em 1984, Cem Gurdeniz disse que os países ocidentais não apoiam a Turquia no conflito.
"Quantos milhares de pessoas morreram no sudeste da Turquia desde 1984, quantos problemas a Turquia tem em outras áreas, mas não recebemos nenhum apoio da OTAN ou da UE", disse o ex-militar, acrescentando que as declarações sobre a Turquia feitas pelas autoridades da União Europeia ou pelo Senado dos EUA deixam "claro quem é nosso amigo e quem é nosso inimigo".
O almirante turco expressou sua preocupação de que a OTAN possa arrastar Ancara para um conflito por meio da crise ucraniana. Nesse caso, prevê, a Turquia seria forçada a fechar os estreitos de e para o mar Negro à Rússia, e isso seria um casus belli para um conflito em grande escala entre a Rússia e a OTAN com o uso de armas nucleares táticas.
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Gurdeniz acredita que Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, entende o risco, mas é "um fantoche americano", e é por isso que ele se apressa em admitir a Ucrânia na OTAN.
Para o almirante aposentado, os EUA estão "usando" Ancara desde 1945 e, antes disso, o Reino Unido tratava a Turquia da mesma forma. Ele acredita que seu país deve se livrar dessa "dependência anglo-saxônica" a qualquer custo razoável e seguir sua própria política independente, equilibrando-se entre o "Atlântico e a Ásia".
Cem Gurdeniz admitiu que a saída da OTAN significaria um conflito inevitável com a Grécia. No entanto, ele vê o projeto ocidental de transformar o mar Negro em um "lago da OTAN" como uma ameaça ainda maior à segurança regional. O ex-militar ainda criticou a OTAN por enganar a Turquia sobre os objetivos da URSS e por pintar negativamente o Kremlin. O objetivo dessa política era transformar a Turquia em um satélite ocidental, afirmou.
O especialista militar acredita que a Turquia deveria forjar uma aliança geopolítica com a Rússia, a China e a Índia e desenvolver contatos mais próximos com outros países do BRICS, e deixar imediatamente a OTAN.
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