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Especialista revela como pode ser formada 'nova ONU' da América Latina, Ásia e África

© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da RússiaParticipantes da reunião do Conselho de Ministros das Relações Exteriores dos Estados-membros da Organização para Cooperação de Xangai (OCX) em Goa.
Participantes da reunião do Conselho de Ministros das Relações Exteriores dos Estados-membros da Organização para Cooperação de Xangai (OCX) em Goa. - Sputnik Brasil, 1920, 05.05.2023
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A Organização para Cooperação de Xangai (OCX), um bloco político, econômico e de segurança da Eurásia fundado em 2001, tem grande potencial para se tornar uma organização de nações unidas para o mundo não ocidental, de acordo com Robinder Sachdev, analista de diplomacia geopolítica e econômica e presidente fundador do Instituto Imagindia.
A cúpula de dois dias dos ministros das Relações Exteriores da OCX teve início em 4 de maio no estado indiano de Goa. O foco dos trabalhos estará na expansão da organização.
Em particular, na aprovação do Irã como Estado-membro, na aceleração da admissão de Belarus na organização, e na concessão do status de "parceiros de diálogo" para Bahrein, Kuwait, Mianmar, Maldivas e Emirados Árabes Unidos, o que vai abrir novas oportunidades para os países.
Segundo Sachdev, a organização deve se transformar em uma organização global se quer causar um impacto significativo em todo o mundo. Tirando o padrão da ONU, as normas e práticas da OCX devem ser equitativas, democráticas e baseadas na realidade do século XXI.

"A OCX tem a oportunidade histórica de se tornar a mini-Nações Unidas moderna e ideal da Ásia, África e América Latina. Essa OCX globalizada pode ter como membros nações não europeias e não norte-americanas, com portas posteriormente abertas para a adesão de nações ocidentais", disse Robinder Sachdev à Sputnik Índia.

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De acordo com ele, a OCX pode "definitivamente adotar uma perspectiva mais ampla e se tornar parte de algum formato global de nações não ocidentais".
O analista geopolítico sugeriu que a organização pode criar seu próprio Conselho de Segurança e Assembleia Geral, e até mesmo manter uma força de manutenção da paz, se tornando assim um modelo de mini-ONU, que poderia colaborar e auxiliar a ONU a enfrentar os desafios globais.

Atualmente, a organização é composta por oito membros permanentes: China, Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão; e nove parceiros de diálogo: Armênia, Azerbaijão, Camboja, Nepal, Sri Lanka, Turquia, Egito, Catar e Arábia Saudita.

Ele elogiou o Irã por aderir à organização, dizendo que isso só beneficiará o país e outros Estados-membros.

"É uma boa oportunidade para o Irã combater a pressão ocidental, evitar o isolamento e se envolver com seus parceiros regionais", afirmou Sachdev.

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A organização enfrenta uma série de desafios, argumentam observadores internacionais. Em particular, eles sugerem que a OCX precisa encontrar um equilíbrio entre as tendências de globalização e regionalização em sua estratégia.
Até o momento, a entidade provou sua eficácia na solução de questões regionais e geopolíticas. Ainda assim, de acordo com Sachdev, a rápida ampliação da OCX levanta novas questões relacionadas à sua inclusão e orientação.

"As três perguntas são: A OCX cultiva uma agenda militar contra o Ocidente? A OCX é uma organização que assumirá uma posição antiocidental em todo e qualquer assunto? As nações não ocidentais da Ásia [e da África, e da América Latina], que são pró-Ocidente, são bem-vindas para participar da OCX?", questiona.

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