Ministra alemã justifica atraso na adesão da Turquia à União Europeia: 'Não é um vizinho fácil'
17:54 22.07.2023 (atualizado: 12:22 23.07.2023)
© Sputnik / Pavel BednyakovApoiadores do presidente turco Recep Tayyip Erdogan e do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) agitam bandeiras na sede do APK em Ancara, Turquia, 14 de maio de 2023
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A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que a reeleição do presidente turco Recep Tayyip Erdogan em maio deste ano foi um bom momento para uma "reflexão estratégica" sobre a possível adesão do país à União Europeia (UE).
A funcionária comentou recentemente que é improvável que o caminho da Turquia para a adesão ao bloco europeu ocorra em breve, já que a nação governada por Recep Tayyip Erdogan permanece distante dos padrões de Bruxelas por causa de suas "questões de direitos humanos".
A razão pela qual Ancara não conseguiu ingressar na UE "é porque importantes [critérios] que são essenciais para essas negociações não foram cumpridos [pela Turquia]", disse Baerbock a repórteres à margem de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco em Bruxelas.
Ela explicou que esses critérios incluem questões de direitos humanos, observando que a Turquia "não é um vizinho fácil" da UE. Ele admitiu, no entanto, que Ancara é um "ator global estrategicamente importante" na "vizinhança direta" da Europa e requer um foco especial na diplomacia.
Embora a Alemanha esteja aberta a uma reconciliação com a Turquia e encoraje "uma abordagem estratégica e com visão de futuro" entre o país e o restante da UE, Baerbock disse estar ciente de que a Europa "não é ingênua" e que o processo não será fácil nestes "tempos geopoliticamente desafiadores".
A Rússia recomendou que a Turquia diminuísse suas expectativas de ingressar na UE. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que ninguém quer ver a Turquia na Europa. "Quero dizer os europeus", disse o porta-voz.
Na semana passada, foi noticiado que o presidente Erdogan tentou influenciar membros do bloco, oferecendo seu apoio à candidatura da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). No entanto, autoridades da UE, incluindo o chanceler alemão Olaf Scholz e a porta-voz da Comissão Europeia, Dana Spinant, disseram que os dois processos não têm relação. Erdogan aceitou a oferta da Suécia à OTAN, depois de se opor a ela por mais de um ano.
A Turquia candidatou-se pela primeira vez à adesão à UE em 1987, apenas para ser considerada candidata 12 anos depois. Mas seu processo de candidatura foi essencialmente congelado em 2018, quando Bruxelas suspendeu as negociações de adesão devido à crise econômica global.