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Agenda mal articulada em viagens de Lula e destaque de Amorim geram incômodo no governo, diz mídia
Agenda mal articulada em viagens de Lula e destaque de Amorim geram incômodo no governo, diz mídia
Sputnik Brasil
Falta de coordenação de agenda para ministros em comitivas com Lula fez com que um deles dissesse que estava fazendo "apenas figuração". Em paralelo... 07.09.2023, Sputnik Brasil
2023-09-07T11:29-0300
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Em oito meses de gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou para 19 países diferentes. O trabalho na política externa sempre foi priorizado em seus outros dois mandatos, mas neste terceiro ganhou ainda mais impulso após o governo anterior ter isolado o país internacionalmente com declarações e ações polêmicas.Entretanto, a convivência na intensa rotina de integrantes do governo Lula tem gerado episódios de insatisfação entre a ala política e os servidores de carreira do Itamaraty. O problema, discutido nos bastidores do Planalto, foi levado ao presidente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segundo o jornal O Globo.O ministro teria reclamado com Lula durante o voo entre a África do Sul e Angola, no dia 24 de agosto, que não tem tido compromissos relevantes nas viagens que faz com a delegação presidencial e que na África, por exemplo, "fez apenas figuração", e sendo assim, teria sido mais útil ficar em Brasília para tocar as agendas de interesse de seu ministério.Segundo a mídia, na África do Sul, os compromissos de Haddad foram todos relacionados ao BRICS, a maior parte deles como acompanhante do presidente. Apenas no primeiro dia da viagem é que houve um encontro bilateral com o ministro do Comércio e Indústria da África do Sul, Ebrahim Patel.Ainda no voo e sem ter chegado a Luanda, foi decidido, então, que o ministro comandaria uma reunião com um grupo de 18 empresários que pediam a volta dos financiamentos do governo brasileiro a obras em Angola.Mas, além das críticas à falta de empenho do Itamaraty para marcar compromissos relevantes para ministros em viagens, outro mal-estar está em curso: a rivalidade nos bastidores entre integrantes do Ministério das Relações Exteriores e da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, comandada por Celso Amorim.A disputa envolve até espaço nas viagens presidenciais. Membros da equipe de Amorim, segundo relatos de assessores do Planalto, se queixam de serem preteridos em detrimento dos diplomatas de carreira, escreve O Globo.Há um incômodo também entre diplomatas sobre o protagonismo de Amorim na política externa que estaria ofuscando a coordenação da pasta feita por Mauro Vieira.Amorim foi ministro das Relações Exteriores nos dois primeiros mandatos de Lula (2003-2010) e em parte do governo Itamar Franco (1992-1994), e até hoje é procurado para entrevistas pela imprensa internacional e se senta ao lado de Lula em quase todas as reuniões no exterior.No entanto, apesar da tensão entre as equipes, a avaliação é que a relação direta entre o chefe da assessoria especial e o ministro é boa, sem conflitos. Vieira foi chefe de gabinete no período em que Amorim era chanceler no governo Lula.Questionado sobre as tensões entre sua equipe e a do Itamaraty, Celso Amorim negou o mal-estar e disse que "eu e o Mauro temos harmonia perfeita e plena consciência dos nossos respectivos papéis".
https://noticiabrasil.net.br/20230815/poder-muito-grande-declara-haddad-apos-desentendimento-com-lira-sobre-taxacao-offshore-diz-midia-29923309.html
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luiz inácio lula da silva, viagens, itamaraty, governo lula, celso amorim, mauro vieira, fernando haddad, política externa
Agenda mal articulada em viagens de Lula e destaque de Amorim geram incômodo no governo, diz mídia
11:29 07.09.2023 (atualizado: 12:34 07.09.2023) Falta de coordenação de agenda para ministros em comitivas com Lula fez com que um deles dissesse que estava fazendo "apenas figuração". Em paralelo, rivalidade entre integrantes do Itamaraty e da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais causa tensão nos bastidores, segundo jornal brasileiro.
Em oito meses de gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou para 19 países diferentes. O trabalho na política externa sempre foi priorizado em seus outros dois mandatos, mas neste terceiro ganhou ainda mais impulso após o governo anterior ter isolado o país internacionalmente com declarações e ações polêmicas.
Entretanto, a convivência na intensa rotina de integrantes do governo Lula tem
gerado episódios de insatisfação entre a ala política e os servidores de carreira do Itamaraty. O problema, discutido nos bastidores do Planalto, foi levado ao presidente pelo ministro da Fazenda,
Fernando Haddad,
segundo o jornal O Globo.
O ministro teria reclamado com Lula durante o voo entre a África do Sul e Angola,
no dia 24 de agosto, que não tem tido
compromissos relevantes nas viagens que faz com a delegação presidencial e que na África, por exemplo, "
fez apenas figuração", e sendo assim, teria
sido mais útil ficar em Brasília para tocar as
agendas de interesse de seu ministério.
Segundo a mídia, na África do Sul, os
compromissos de Haddad foram todos relacionados ao BRICS, a maior parte deles como acompanhante do presidente. Apenas no primeiro dia da viagem é que houve um encontro bilateral com o ministro do Comércio e Indústria da África do Sul,
Ebrahim Patel.
Diante da reclamação, o jornal afirma que Lula "imediatamente chamou o embaixador Fernando Igreja, chefe do cerimonial da Presidência, e cobrou que fossem tomadas providências em relação às queixas de Haddad.
Ainda no voo e sem ter chegado a Luanda, foi decidido, então, que o ministro comandaria uma reunião com um grupo de 18 empresários que pediam a volta dos financiamentos do governo brasileiro a obras em Angola.
Mas, além das críticas à falta de empenho do Itamaraty para marcar compromissos relevantes para ministros em viagens, outro mal-estar está em curso: a
rivalidade nos bastidores entre integrantes do Ministério das Relações Exteriores e da
Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, comandada por
Celso Amorim.
A disputa envolve até espaço nas viagens presidenciais. Membros da equipe de Amorim, segundo relatos de assessores do Planalto, se queixam de serem preteridos em detrimento dos diplomatas de carreira, escreve O Globo.
Há um incômodo também entre diplomatas sobre o protagonismo de Amorim na política externa que estaria ofuscando a coordenação da pasta feita por Mauro Vieira.
Amorim foi ministro das Relações Exteriores nos dois primeiros mandatos de
Lula (2003-2010) e em parte do governo
Itamar Franco (1992-1994), e até hoje é procurado para
entrevistas pela imprensa internacional e se senta ao lado de Lula em quase todas as reuniões no exterior.
6 de setembro 2023, 11:28
No entanto, apesar da tensão entre as equipes, a avaliação é que a relação direta entre o chefe da assessoria especial e o ministro é boa, sem conflitos. Vieira foi chefe de gabinete no período em que Amorim era chanceler no governo Lula.
Questionado sobre as tensões entre sua equipe e a do Itamaraty, Celso Amorim negou o mal-estar e disse que "eu e o Mauro temos harmonia perfeita e plena consciência dos nossos respectivos papéis".