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'Decidindo os destinos do mundo': 2024 como o ano eleitoral mais importante do século
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2024 promete ser o ano eleitoral mais importante do século XXI. Diversas corridas presidenciais acontecerão em países-chave do tabuleiro internacional... 04.01.2024, Sputnik Brasil
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Em termos numéricos, mais de 40 países, ou quase metade da população global, se preparam para votar em 2024, incluindo potências regionais e grandes potências nos quatro cantos do planeta.Comecemos então por Taiwan. Tsai Ing-wen, atual presidente da ilha, completará dois mandatos consecutivos e, de acordo com a lei, não poderá concorrer novamente nesse ano. A disputa pela presidência da ilha, por sua vez, estará no foco das atenções políticas no continente asiático. Afinal, as eleições em Taiwan serão cruciais para os cálculos de poder tanto da China como dos Estados Unidos, as duas principais superpotências do século XXI. O atual partido no poder, o Partido Democrático Progressista, é a favor da manutenção do status quo de Taiwan e da soberania da ilha perante a China. Do outro lado, o Kuomintang é favorável ao estreitamento de laços com Pequim, até mesmo para evitar o acirramento das disputas geopolíticas em torno de Taiwan nos últimos tempos.No sul da Ásia, o Paquistão, uma potência nuclear regional cujos últimos primeiros-ministros tiveram dificuldade para terminar seus mandatos, tinha eleições programadas para acontecer em 2023, o que acabou não acontecendo devido a problemas domésticos envolvendo uma grave crise econômica e social. As próximas eleições gerais, portanto, estão programadas para ocorrer no início desse ano, o que promete trazer impactos para sua relação com a – também potência nuclear – Índia. A Índia, por sua vez, busca um relacionamento mais estável com o Paquistão de modo a diminuir as tensões no sul da Ásia, tarefa essa que não será nada fácil independentemente do resultado eleitoral no país vizinho.Ainda em se tratando de Ásia, faz-se necessário mencionar também as eleições de fevereiro na Indonésia, maior país muçulmano do mundo, no qual mais de 200 milhões de eleitores poderão tomar parte nas próximas votações. A Indonésia, aliás, trata-se de um dos possíveis candidatos a ingressar no BRICS, o que inauguraria a presença do grupo no Sudeste Asiático.Já na metade do ano, em junho, deverá ocorrer a eleição para a presidência da União Europeia, eleições essas que detêm um caráter verdadeiramente transfronteiriço, podendo envolver mais de 400 milhões de eleitores diretos. Vale lembrar que o vindouro pleito dentro do bloco será crucial do ponto de vista não somente ambiental, por impactar o futuro do Pacto Ecológico Europeu e suas políticas climáticas, como também do ponto de vista geopolítico, dado que a União Europeia está profundamente envolvida na guerra por procuração do Ocidente contra a Rússia na Ucrânia.No mais, a eleição mais aguardada do mundo ocorrerá exatamente em novembro, nos Estados Unidos, na qual estarão em jogo os rumos da política externa da superpotência. Apesar de numerosos candidatos à cadeira presidencial, os principais concorrentes ao posto terminarão sendo o atual presidente americano Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump. Fato é que a relação entre o resultado das eleições nos Estados Unidos e seu impacto no mundo não pode ser negligenciada. Isso porque desde a Segunda Guerra Mundial, os americanos abandonaram sua – até então – política internacional isolacionista em favor de se tornarem uma espécie de "policial do mundo", intervindo militarmente nos mais diversos teatros globais a fim de promover sua hegemonia.Com Trump, no entanto, a ênfase desse antagonismo será mais firmemente direcionada contra a China, ao passo que com Biden ela será direcionada mais firmemente contra a Rússia. Ambos os candidatos, todavia, tentarão prejudicar quaisquer países que procurem conduzir uma política externa independente e que desafiem a supremacia americana no mundo.Por um lado, se Trump vencer, a pressão sobre Zelensky aumentará significativamente, pelo fato de a Ucrânia representar lá a maior das prioridades para o republicano. Afinal, Trump se incomoda muito mais com a ascensão da China no cenário internacional, que enxerga como o principal adversário da primazia militar e econômica estadunidense. Em entrevistas, Trump inclusive prometeu que, se voltar à presidência, seria capaz de findar o conflito na Ucrânia de forma rápida, o que provocaria um verdadeiro alvoroço em Kiev. Se Biden vencer, por outro lado, o financiamento e a ajuda militar à Ucrânia continuarão, caso o conflito ainda esteja em curso até novembro desse ano.Na Rússia, a expectativa é de que Vladimir Putin obtenha nova vitória no pleito eleitoral a ser realizado no país em março, confirmando assim sua permanência no comando do Estado até 2030. A vitória de Putin implicará a continuação de uma política externa independente por parte de Moscou e a continuidade de sua cooperação militar, econômica e geoestratégica com países como China, Índia e o BRICS. Aliás, a cúpula do grupo nesse ano acontecerá na cidade de Kazan, na Rússia, e poderá resultar na entrada de novos membros ao BRICS, além dos já confirmados Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arabia Saudita e Irã.2024 será, portanto, um ano pivotal do ponto de vista das relações internacionais contemporâneas, por englobar diversos processos eleitorais em países e regiões importantes do planeta, trazendo efeitos imediatos para o balanço de poder global. Do Sudeste Asiático à América do Norte, os destinos do mundo vão tomando novos contornos, enquanto a disputa pelo poder entre as grandes potências continua acontecendo a todo o vapor.As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.
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'Decidindo os destinos do mundo': 2024 como o ano eleitoral mais importante do século
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2024 promete ser o ano eleitoral mais importante do século XXI. Diversas corridas presidenciais acontecerão em países-chave do tabuleiro internacional, suscitando questões importantes a respeito dos impactos para o futuro da ordem mundial.
Em termos numéricos, mais de 40 países, ou quase metade da população global, se preparam para votar em 2024, incluindo potências regionais e grandes potências nos quatro cantos do planeta.
Comecemos então por
Taiwan. Tsai Ing-wen, atual presidente da ilha, completará dois mandatos consecutivos e, de acordo com a lei, não poderá concorrer novamente nesse ano. A disputa pela presidência da ilha, por sua vez, estará no foco das atenções políticas no continente asiático. Afinal, as eleições em Taiwan serão
cruciais para os cálculos de poder tanto da China como dos Estados Unidos, as duas principais superpotências do século XXI. O atual partido no poder, o Partido Democrático Progressista, é a favor da manutenção do status quo de Taiwan e da soberania da ilha perante a China. Do outro lado, o Kuomintang é favorável ao estreitamento de laços com Pequim, até mesmo para evitar
o acirramento das disputas geopolíticas em torno de Taiwan nos últimos tempos.
No sul da Ásia, o Paquistão, uma potência nuclear regional cujos últimos primeiros-ministros tiveram dificuldade para terminar seus mandatos, tinha eleições programadas para acontecer em 2023, o que acabou não acontecendo devido a problemas domésticos envolvendo uma grave crise econômica e social. As próximas eleições gerais, portanto, estão programadas para ocorrer no início desse ano, o que promete trazer impactos para sua relação com a – também potência nuclear – Índia. A Índia, por sua vez, busca um relacionamento mais estável com o Paquistão de modo a diminuir as tensões no sul da Ásia, tarefa essa que não será nada fácil independentemente do resultado eleitoral no país vizinho.
Ainda em se tratando de Ásia, faz-se necessário mencionar também as eleições de fevereiro na
Indonésia, maior país muçulmano do mundo, no qual mais de 200 milhões de eleitores poderão tomar parte nas próximas votações. A Indonésia, aliás,
trata-se de um dos possíveis candidatos a ingressar no BRICS, o que inauguraria
a presença do grupo no Sudeste Asiático.Já na metade do ano, em junho, deverá ocorrer a eleição para a presidência da União Europeia, eleições essas que detêm um caráter verdadeiramente transfronteiriço, podendo envolver mais de 400 milhões de eleitores diretos. Vale lembrar que o vindouro pleito dentro do bloco será crucial do ponto de vista não somente ambiental, por impactar o futuro do Pacto Ecológico Europeu e suas políticas climáticas, como também do ponto de vista geopolítico, dado que a União Europeia está profundamente envolvida na guerra por procuração do Ocidente contra a Rússia na Ucrânia.
No mais, a eleição mais aguardada do mundo ocorrerá exatamente em novembro, nos Estados Unidos, na qual estarão em jogo os rumos da política externa da superpotência. Apesar de numerosos candidatos à cadeira presidencial, os principais concorrentes ao posto terminarão sendo o atual presidente americano Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump. Fato é que a relação entre o resultado das eleições nos Estados Unidos e seu impacto no mundo não pode ser negligenciada. Isso porque desde a Segunda Guerra Mundial, os americanos abandonaram sua – até então – política internacional isolacionista em favor de se tornarem uma espécie de "policial do mundo", intervindo militarmente nos mais diversos teatros globais a fim de promover sua hegemonia.
Diante desse cenário, a depender de quem será o próximo presidente em Washington, a postura dos Estados Unidos poderá alterar-se ligeiramente tanto em relação ao conflito na Ucrânia, como com relação ao seu antagonismo perante Rússia e China. A princípio, independentemente de Biden ou Trump vencerem as eleições, para a Casa Branca, Rússia e China continuarão a representar uma ameaça ao poder, à influência e aos interesses americanos no mundo.
Com Trump, no entanto, a ênfase desse antagonismo será mais firmemente direcionada contra a China, ao passo que com Biden ela será direcionada mais firmemente contra a Rússia. Ambos os candidatos, todavia, tentarão prejudicar quaisquer países que procurem conduzir uma política externa independente e que desafiem a supremacia americana no mundo.
Por um lado, se Trump vencer, a pressão sobre Zelensky aumentará significativamente, pelo fato de a Ucrânia representar lá a maior das prioridades para o republicano. Afinal, Trump se incomoda muito mais com
a ascensão da China no cenário internacional, que enxerga como o principal adversário da primazia militar e econômica estadunidense. Em entrevistas, Trump inclusive prometeu que, se voltar à presidência, seria capaz de findar o conflito na Ucrânia de forma rápida, o que provocaria um verdadeiro alvoroço em Kiev.
Se Biden vencer, por outro lado, o financiamento e
a ajuda militar à Ucrânia continuarão, caso o conflito ainda esteja em curso até novembro desse ano.
30 de dezembro 2023, 15:46
Na Rússia, a expectativa é de que Vladimir Putin obtenha
nova vitória no pleito eleitoral a ser realizado no país em março, confirmando assim sua permanência no comando do Estado até 2030. A vitória de Putin implicará a continuação de uma política externa independente por parte de Moscou e
a continuidade de sua cooperação militar, econômica e geoestratégica com países como China, Índia e o BRICS. Aliás, a cúpula do grupo nesse ano acontecerá na cidade de Kazan, na Rússia, e poderá resultar na entrada de novos membros ao BRICS, além dos já confirmados Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arabia Saudita e Irã.
2024 será, portanto, um ano pivotal do ponto de vista das relações internacionais contemporâneas, por englobar diversos processos eleitorais em países e regiões importantes do planeta, trazendo efeitos imediatos para o balanço de poder global. Do Sudeste Asiático à América do Norte, os destinos do mundo vão tomando novos contornos, enquanto a disputa pelo poder entre as grandes potências continua acontecendo a todo o vapor.
As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.