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Segundo round: como o mundo está se preparando para o (provável) retorno de Trump?
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Sputnik Brasil
O mundo aguarda para saber quem receberá as chaves do Salão Oval da Casa Branca em novembro deste ano. Para muitos, o retorno de Donald Trump à presidencia... 26.04.2024, Sputnik Brasil
2024-04-26T15:32-0300
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A próxima eleição presidencial nos Estados Unidos está sendo encarada como um verdadeiro ponto de viragem nas relações internacionais, capaz de trazer grandes consequências para a projeção do poder americano no mundo. Quanto a Trump, suas opiniões de política externa não mudaram muito desde que ele deixou o cargo de presidente, em 2021, mas o ambiente em que o mundo hoje se encontra sim. No mais, a primeira passagem de Trump pela presidência foi marcada por uma série de eventos importantes.Contudo, hoje vivemos uma conjuntura internacional bastante diferente e consideravelmente mais perigosa do que no primeiro mandato de Trump. Dois grandes conflitos estão atualmente em andamento, entre o Ocidente e Rússia na Ucrânia e entre Israel e o Hamas em Gaza. Outros conflitos menores também persistem, desde o continente africano até a América Latina.Enquanto isso, a ordem internacional e as organizações multilaterais como a ONU sofrem uma perda de legitimidade latente, o que aumenta ainda mais a pressão e os olhares sobre os próximos passos da política externa americana. Todavia, enquanto há guerras ocorrendo do lado de fora dos Estados Unidos, também há uma guerra acontecendo dentro do próprio país. Trata-se da guerra cultural entre os defensores dos valores tradicionais versus os defensores do progressismo, uma briga que vem corroendo cada vez mais o tecido social já bastante esgarçado dos Estados Unidos.Em paralelo, em seus múltiplos comícios pelo país Trump tem zombado da condição senil na qual Biden se encontra, colocando em xeque a capacidade do atual presidente americano de conduzir os negócios na Casa Branca por mais um mandato.Já do ponto de vista de política externa, Trump e Biden também possuem visões distintas quanto à estratégia internacional de inserção dos Estados Unidos. Trump é mais isolacionista, Biden mais intervencionista. Logo, diversas nações ao redor do mundo, sejam elas aliadas ou adversárias dos americanos, buscam preparar-se para o que pode acontecer em novembro, dado que o resultado das eleições servirá de bússola para o comportamento esperado da política externa estadunisense. Afinal, quando a Casa Branca passa por uma transição de administração, os efeitos sobre o sistema internacional são evidentes, dada a posição privilegiada dos Estados Unidos e seu poder de influencia em instituições como a ONU e os órgãos de Bretton Woods. Em muitas chancelarias, sobretudo no continente europeu, há um sentimento de ansiosa antecipação pelo resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos justamente por conta da dependência que a Europa hoje tem da Casa Branca. Se Trump vencer, os europeus novamente terão dificuldades no relacionamento com a liderança americana em questões-chave, como combate ao aquecimento global, financiamento da OTAN, ajuda militar à Ucrânia, conflito em Gaza e outros.Há, no entanto, alguns líderes globais que certamente veriam com bons olhos o retorno de Trump à Casa Branca.Com essas lideranças Trump encontra alguns pontos em comum, seja na questão da defesa de valores tradicionais, seja na retórica mais nacionalista e religiosa.No caso específico de Israel e seu conflito em Gaza, por exemplo, há de se esperar que Trump não só mantenha como aumente seu apoio às iniciativas do governo de Benjamin Netanyahu, dada a identificação do eleitorado americano evangélico para com Israel. Quanto à China, a tendência aponta para uma piora das relações entre Washinton e Pequim, dado que Trump possui uma visão bastante negativa sobre o aumento do poderio econômico e militar chinês no mundo. Quanto aos aliados americanos na Europa, esses podem esperar por um tratamento nada sentimental da parte de Trump, que vê os europeus como aproveitadores, o que não deixa de ser verdade em certo sentido. Não à toa, há alguns meses Trump chegou inclusive a dizer que a Rússia poderia fazer o que quisesse com a Europa, caso os membros europeus da OTAN não aumentassem a sua contribuição financeira para a Aliança Atlântica. Essa mesma Europa, no entanto, acostumou-se a deixar sua segurança nas mãos dos americanos desde o final da Segunda Guerra Mundial, o que colocou o continente numa posição de verdadeira vassalagem perante os Estados Unidos. Um retrato disso é o fato de que Washington é quem arca com a maior parte da ajuda militar e financeira à Ucrânia no âmbito da guerra do Ocidente contra a Rússia. Até por isso que, caso Trump vença as eleições, Zelensky se verá numa situação muito complicada, pois, ao não apresentar sucessos no front, será difícil justificar a continuidade da ajuda americana a Kiev. No limite, com Trump à frente na presidência, é possível dizer que Zelensky e a liderança ucraniana estarão mais perto de serem levados de volta à mesa de negociação para buscar uma saída pacífica para o conflito.A Ucrânia, portanto, bem como o resto do mundo, se prepara para o resultado das eleições de novembro nos Estados Unidos. Afinal, Trump pode estar próximo de voltar ao ringue. E seu "segundo round" promete ser mais impactante do que o primeiro.As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.
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Segundo round: como o mundo está se preparando para o (provável) retorno de Trump?
15:32 26.04.2024 (atualizado: 15:33 26.04.2024) Especiais
O mundo aguarda para saber quem receberá as chaves do Salão Oval da Casa Branca em novembro deste ano. Para muitos, o retorno de Donald Trump à presidencia está cada vez mais próximo, e, com ele, uma série de expectativas vem se formando sobre o futuro da política externa estadunidense.
A próxima eleição presidencial nos Estados Unidos está sendo encarada como um verdadeiro ponto de viragem nas relações internacionais, capaz de trazer grandes consequências para a projeção do poder americano no mundo. Quanto a Trump, suas opiniões de política externa não mudaram muito desde que ele deixou o cargo de presidente, em 2021, mas o ambiente em que o mundo hoje se encontra sim. No mais, a primeira passagem de Trump pela presidência foi marcada por uma série de eventos importantes.
A título de exemplo, tivemos o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, a retirada americana do tratado comercial do Transpacífico, a adoção da guerra comercial com a China, a visita de Trump à Coreia do Norte e a tentativa — ao menos inicial — de melhorar as relações com a Rússia por meio da diplomacia presidencial.
Contudo, hoje vivemos uma conjuntura internacional bastante diferente e consideravelmente mais perigosa do que no primeiro mandato de Trump. Dois grandes conflitos estão atualmente em andamento, entre o Ocidente e Rússia na Ucrânia e entre Israel e o Hamas em Gaza. Outros conflitos menores também persistem, desde o continente africano até a América Latina.
Enquanto isso, a ordem internacional e as
organizações multilaterais como a ONU sofrem uma perda de legitimidade latente, o que aumenta ainda mais a pressão e os olhares sobre os próximos passos da política externa americana. Todavia, enquanto há guerras ocorrendo do lado de fora dos Estados Unidos,
também há uma guerra acontecendo dentro do próprio país. Trata-se da guerra cultural entre os defensores dos valores tradicionais versus os defensores do progressismo, uma briga que vem corroendo cada vez mais o tecido social já bastante esgarçado dos Estados Unidos.
Nessa guerra doméstica, Biden e Trump representam posições diametralmente opostas, com o republicano apelando ao eleitorado mais conservador/religioso, enquanto o democrata aposta suas fichas em pautas políticas mais pluralistas e menos preocupadas com a tradição.
Em paralelo, em seus múltiplos comícios pelo país
Trump tem zombado da condição senil na qual Biden se encontra, colocando em xeque a capacidade do atual presidente americano de conduzir os negócios na Casa Branca por mais um mandato.
Já do ponto de vista de política externa, Trump e Biden também possuem visões distintas quanto à estratégia internacional de inserção dos Estados Unidos.
Trump é mais isolacionista, Biden mais intervencionista. Logo, diversas nações ao redor do mundo, sejam elas aliadas ou adversárias dos americanos, buscam preparar-se para o que pode acontecer em novembro, dado que
o resultado das eleições servirá de bússola para o comportamento esperado da política externa estadunisense. Afinal, quando a Casa Branca passa por uma transição de administração, os efeitos sobre o sistema internacional são evidentes, dada a posição privilegiada dos Estados Unidos e seu poder de influencia em instituições como a ONU e os órgãos de Bretton Woods. Em muitas chancelarias,
sobretudo no continente europeu, há um sentimento de ansiosa antecipação pelo resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos justamente por conta da
dependência que a Europa hoje tem da Casa Branca. Se Trump vencer, os europeus novamente terão dificuldades no relacionamento com a liderança americana em questões-chave, como combate ao aquecimento global, financiamento da OTAN, ajuda militar à Ucrânia, conflito em Gaza e outros.
Há, no entanto, alguns líderes globais que certamente veriam com bons olhos o retorno de Trump à Casa Branca.
Dentre eles podemos citar o líder israelense, Benjamin Netanyahu; o premiê húngaro, Viktor Orbán; o mandatário indiano, Narendra Modi; e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
Com essas lideranças Trump encontra alguns pontos em comum, seja na questão da defesa de valores tradicionais, seja na retórica mais nacionalista e religiosa.
No caso específico de
Israel e seu conflito em Gaza, por exemplo,
há de se esperar que Trump não só mantenha como aumente seu apoio às iniciativas do governo de Benjamin Netanyahu, dada a identificação do eleitorado americano evangélico para com Israel. Quanto à China,
a tendência aponta para uma piora das relações entre Washinton e Pequim, dado que Trump possui uma visão bastante negativa sobre o
aumento do poderio econômico e militar chinês no mundo. Quanto aos aliados americanos na Europa, esses podem esperar por um tratamento nada sentimental da parte de Trump, que vê os europeus como
aproveitadores, o que não deixa de ser verdade em certo sentido. Não à toa, há alguns meses Trump chegou inclusive a dizer que a Rússia poderia fazer o que quisesse com a Europa, caso os membros europeus da OTAN não aumentassem a sua contribuição financeira para a Aliança Atlântica. Essa mesma Europa, no entanto, acostumou-se a deixar sua segurança nas mãos dos americanos desde o final da Segunda Guerra Mundial, o que colocou o continente numa posição de verdadeira vassalagem perante os Estados Unidos. Um retrato disso é o fato de que Washington é quem arca com a maior parte da ajuda militar e financeira à Ucrânia no âmbito da guerra do Ocidente contra a Rússia. Até por isso que, caso Trump vença as eleições, Zelensky se verá numa situação muito complicada, pois,
ao não apresentar sucessos no front, será difícil justificar a continuidade da ajuda americana a Kiev. No limite,
com Trump à frente na presidência, é possível dizer que Zelensky e a liderança ucraniana estarão mais perto de serem levados de volta à mesa de negociação para buscar uma saída pacífica para o conflito.
A Ucrânia, portanto, bem como o resto do mundo, se prepara para o resultado das eleições de novembro nos Estados Unidos. Afinal, Trump pode estar próximo de voltar ao ringue. E seu "segundo round" promete ser mais impactante do que o primeiro.
As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.
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