https://noticiabrasil.net.br/20240508/na-argentina-mais-de-500-mil-trocaram-dados-da-iris-por-criptomoedas-quais-os-riscos-nisso-34498726.html
Na Argentina, mais de 500 mil trocaram 'dados da íris' por criptomoedas. Quais os riscos nisso?
Na Argentina, mais de 500 mil trocaram 'dados da íris' por criptomoedas. Quais os riscos nisso?
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Como em um cenário de ficção científica, cidadãos de vários países permitem o escaneamento da própria íris em troca de criptomoedas. A prática se tornou uma... 08.05.2024, Sputnik Brasil
2024-05-08T20:33-0300
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A worldcoin (WLD) é uma criptomoeda que usa um sistema de verificação de identidade baseado na íris. Os usuários podem ter seus olhos registrados em troca de 10 tokens de WLD (o equivalente a quase R$ 300 na cotação atual da criptomoeda), e as informações obtidas serão utilizadas para a construção de um sistema capaz de identificar se alguém é humano ou uma inteligência artificial.Tal protocolo foi cocriado por Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa responsável pela plataforma ChatGPT. Ele é desenvolvido por meio da empresa Tools for Humanity.A World App — rede de usuários da criptomoeda — chegou a 1 milhão de usuários diários em fevereiro. Para a verificação, têm sido utilizados equipamentos escaneadores de biometria ocular, os "orbs", em diversas cidades do mundo.A Argentina — que vive um período de crise econômica, com inflação e desemprego recordes — é o país que desponta na lista de mais usuários cadastrados. Até o início de 2024, mais de 500 mil argentinos aderiram ao sistema. Segundo a agência de notícias AFP, representam 15% do total no mundo.Informações da própria empresa responsável pelo WLD mostram que no final do mês de dezembro de 2023 quase 16 mil verificações em um único dia foram registradas na Argentina. Até aquele momento, mais de 1% da população do país sul-americano já havia feito a verificação da World ID.Conforme reportou o site Rest of World, alguns argentinos têm recorrido a esse procedimento em meio à situação do país, potencializada pelas políticas de austeridade fiscal do presidente Javier Milei.A Agência de Acesso à Informação Pública (AAIP) da Argentina iniciou uma investigação em 2023 sobre o tratamento de dados pessoais pela Fundação Worldcoin.Um comunicado oficial divulgado pelo governo argentino informou que analisa possíveis violações de legislação envolvendo a proteção de dados pessoais. Além disso, com outros países, formou um grupo de trabalho sobre as atividades da empresa na Rede Iberoamericana de Proteção de Dados (RIPD).A fundação, segundo a AAIP, encaminhou as respostas e os esclarecimentos exigidos, mas a agência estatal afirma continuar a verificação mesmo assim. A empresa internacional se autodeclara sem fins lucrativos e está sediada nas Ilhas Cayman.Diferentemente do território argentino, onde segue incólume, a plataforma sofreu críticas em outros países.Na França, na Índia e no Brasil, a própria Tools for Humanity optou por descontinuar, ao menos por enquanto, suas atividades. Desde meados de 2023, conforme a empresa, o protocolo sofreu diversas alterações, buscando se adequar a questões levantadas por autoridades e pela sociedade civil.Anteriormente, por exemplo, o código da íris era retido para evitar fraudes dentro do próprio sistema. No entanto, a partir de abril, essa política foi revista para garantir mais privacidade e segurança aos usuários.No lançamento do projeto, no segundo semestre de 2023, foi feito um "tour global" para apresentar a tecnologia em mais de 320 países. Durante essa etapa, foram feitos pilotos para demonstrar o protocolo e avaliar a receptividade das comunidades locais. Além disso, foram analisados fatores como disponibilidade de banda larga, condições climáticas e interesse da população local."O orb capta imagens do rosto e dos olhos para garantir que é humano e único. Em seguida, o orb cria um código da íris a partir da imagem dos olhos", diz uma publicação no site oficial da Worldcoin, que afirma que o código da íris é "um conjunto de números" gerados pelo orb e não está associado à carteira digital ou à conta na World App. "Não nos diz — nem a mais ninguém — nada sobre você. Tudo o que faz é te impedir de se inscrever novamente."A iniciativa afirma querer ser um passo em direção à construção de uma "rede global de identidade e finanças". A plataforma enfatiza que os dados biométricos dos usuários estão seguros e não são compartilhados com terceiros.No entanto, a prática pode trazer implicações para quem resolve ter a íris escaneada em um orb. O maior risco para o cidadão, segundo Ricardo Tombesi, professor do Departamento de Tecnologia da Informação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), é a perda da privacidade.O professor alerta que o risco de os dados caírem nas mãos de terceiros é sempre uma preocupação para a privacidade dos cidadãos, seja a partir do uso desses dados por meio de brechas em cláusulas não muito claras, que permitiriam o aproveitamento dessa informação pessoal compartilhada, ou, "mesmo considerando que a empresa tenha um caráter super idôneo", de eventuais vazamentos de dados.Apesar das preocupações com a sensibilidade dos dados biométricos, alguns usuários relatam estar dispostos a participar devido aos incentivos econômicos. Outros encaram como uma troca justa em meio à crescente coleta de dados pessoais por outras empresas.Segundo a Tools for Humanity informou à Sputnik Brasil, a presença em áreas economicamente desfavorecidas é vista como uma oportunidade para garantir acessibilidade da rede de forma universal, e, dada a espécie de "incentivo" proposta pelo compartilhamento dos dados da íris, é esperado que possa haver um interesse por parte de determinados grupos.Por que o interesse na íris humana?Para entender as problemáticas e os interesses por trás do escaneamento, Tombesi explica que primeiro é preciso entender que na área de segurança da informação, informação é dinheiro, uma vez que ela pode ser usada de forma estratégica.No caso das informações contidas na íris, o especialista revela que, a partir desses dados, a empresa pode "melhorar seus próprios modelos de predição, seus modelos de criação de novos tipos de, digamos assim, características humanas". Ou seja, uma vez que a inteligência artificial "sabe quais as características da íris, sabe algumas informações dessa pessoa, ela pode muito bem pedir para gerar outros padrões de íris", exemplifica.Por que a empresa exerce atividades na Argentina, mas não no Brasil?No caso do Brasil, Tombesi destaca a robusta Lei Geral de Proteção de Dados, chamada de LGPD, que "obriga que as empresas tenham controles rígidos sobre a gestão da segurança de informação"."O Brasil, acho que é um dos países que está se destacando nesse ponto com uma preocupação muito forte em relação a essa parte", observa o especialista, acrescentando que "aqui temos esse arcabouço jurídico que inclusive prevê multas sérias para as empresas que não cumprirem essas diretrizes".Tombesi afirma que a Europa também tem uma legislação semelhante à brasileira, a General Data Protection Regulation (GDPR). Em relação à Argentina, o país também conta com uma legislação nesse sentido, a Ley de Protección de Datos Personales.Um fator que pode ser chave para a operação desse tipo de atividade na Argentina, segundo o especialista, é o atual governo liberal do presidente Javier Milei, onde "muitas coisas estão sendo revistas", diz — referindo-se à forma como as mudanças na legislação têm ocorrido no país vizinho ao Brasil.Dados 'nas mãos' de big techs podem impactar a soberania nacional?Conforme o especialista, é plausível afirmar que as grandes empresas de tecnologia, chamadas big techs, amplamente responsáveis por impulsionar o desenvolvimento tecnológico, escolhem operar em países menos desenvolvidos a fim de obter dados com baixo custo.Isso também pode ter impactos, de acordo com Tombesi, na soberania nacional. Para evitar essa "fuga de dados", o pesquisador defende a necessidade da criação de uma tecnologia própria, para não depender de países estrangeiros. Além de focar, é claro, o ensino e a extensão para o público geral sobre o assunto, fator também considerado primordial.Qual o objetivo e quem está por trás do worldcoin?À reportagem, a empresa explica que o worldcoin é "um protocolo", ou seja, uma espécie de infraestrutura assim como a Internet. O objetivo, segundo ela, é tornar-se a principal rede identitária e financeira do mundo, conectando pessoas em todas as partes do globo.Por trás do projeto estão duas organizações principais: a Worldcoin Foundation, uma entidade sem fins lucrativos, que se dedica ao desenvolvimento contínuo do protocolo; e a Tools for Humanity, uma empresa de tecnologia, que contribui com a parte prática, desenvolvendo ferramentas para implementação e operação.Além disso, há investidores e outros fundos que patrocinam a plataforma. Alguns desses, por exemplo, foram responsáveis por injetar recursos financeiros em aplicativos populares como Facebook e Uber, por exemplo.A empresa diz reconhecer os desafios éticos e sociais associados ao avanço da inteligência artificial e afirma estar comprometida a garantir que a tecnologia traga benefícios. Além disso, foi assegurado que os dados estão protegidos com recursos de segurança e nunca foram vendidos e nem serão. A proposta seria a de eventualmente fornecer os serviços de verificação de identidades a governos ou empresas, com base na demanda.
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sociedade, ciência e tecnologia, javier milei, argentina, brasil, dados, dados pessoais, soberania, inteligência artificial, dados biométricos, tecnologia, criptomoedas, venda, olhos humanos, lgpd, exclusiva, tecnologias de ponta, íris, identidade, protocolo, privacidade, segurança, big techs, internet
A worldcoin (WLD) é uma criptomoeda que usa um sistema de verificação de identidade baseado na íris. Os usuários podem ter seus olhos registrados em troca de 10 tokens de WLD (o equivalente a quase R$ 300 na cotação atual da criptomoeda), e as informações obtidas serão utilizadas para a construção de um sistema capaz de identificar se alguém é humano ou uma inteligência artificial.
Tal protocolo foi cocriado por Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa responsável pela plataforma ChatGPT. Ele é desenvolvido por meio da empresa Tools for Humanity.
A World App — rede de usuários da criptomoeda — chegou a 1 milhão de usuários diários em fevereiro. Para a verificação, têm sido utilizados equipamentos escaneadores de biometria ocular, os "orbs", em diversas cidades do mundo.
A Argentina — que vive um período de crise econômica, com inflação e desemprego recordes — é o país que desponta na lista de mais usuários cadastrados. Até o início de 2024, mais de 500 mil argentinos aderiram ao sistema.
Segundo a agência de notícias AFP, representam 15% do total no mundo.
Informações da própria empresa responsável pelo WLD mostram que no final do mês de dezembro de 2023 quase 16 mil verificações em um único dia foram registradas na Argentina. Até aquele momento, mais de 1% da população do país sul-americano já havia feito a verificação da World ID.
Conforme
reportou o site Rest of World, alguns argentinos têm recorrido a esse procedimento em meio à situação do país, potencializada pelas políticas de austeridade fiscal do presidente
Javier Milei.
A Agência de Acesso à Informação Pública (AAIP) da Argentina iniciou uma investigação em 2023 sobre o tratamento de dados pessoais pela Fundação Worldcoin.
Um
comunicado oficial divulgado pelo governo argentino informou que analisa possíveis violações de legislação envolvendo a proteção de dados pessoais. Além disso, com outros países, formou um grupo de trabalho sobre as atividades da empresa na Rede Iberoamericana de Proteção de Dados (RIPD).
A fundação, segundo a AAIP, encaminhou as respostas e os esclarecimentos exigidos, mas a agência estatal afirma continuar a verificação mesmo assim. A empresa internacional se autodeclara sem fins lucrativos e está sediada nas Ilhas Cayman.
Diferentemente do território argentino, onde segue incólume, a plataforma sofreu críticas em outros países.
Na França, na Índia e no Brasil, a própria Tools for Humanity optou por descontinuar, ao menos por enquanto, suas atividades. Desde meados de 2023, conforme a empresa, o protocolo sofreu diversas alterações, buscando se adequar a questões levantadas por autoridades e pela sociedade civil.
Anteriormente, por exemplo, o código da íris era retido para evitar fraudes dentro do próprio sistema. No entanto, a partir de abril, essa política foi revista para garantir mais privacidade e segurança aos usuários.
No lançamento do projeto, no segundo semestre de 2023, foi feito um "tour global" para
apresentar a tecnologia em mais de 320 países. Durante essa etapa, foram feitos pilotos para demonstrar o protocolo e avaliar a receptividade das comunidades locais. Além disso, foram analisados fatores como disponibilidade de banda larga, condições climáticas e interesse da população local.
21 de novembro 2023, 06:14
"O orb capta imagens do rosto e dos olhos para garantir que é humano e único. Em seguida, o orb cria um código da íris a partir da imagem dos olhos", diz uma publicação no site oficial da Worldcoin, que afirma que o código da íris é "um conjunto de números" gerados pelo orb e não está associado à carteira digital ou à conta na World App. "Não nos diz — nem a mais ninguém — nada sobre você. Tudo o que faz é te impedir de se inscrever novamente."
A iniciativa afirma querer ser um passo em direção à construção de uma "rede global de identidade e finanças". A plataforma enfatiza que os dados biométricos dos usuários estão seguros e não são compartilhados com terceiros.
No entanto, a prática pode trazer implicações para quem resolve ter a íris escaneada em um orb. O maior risco para o cidadão, segundo Ricardo Tombesi, professor do Departamento de Tecnologia da Informação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), é a perda da privacidade.
O professor alerta que o risco de os dados caírem nas mãos de terceiros é sempre uma preocupação para a privacidade dos cidadãos, seja a partir do uso desses dados por meio de brechas em cláusulas não muito claras, que permitiriam o aproveitamento dessa informação pessoal compartilhada, ou, "mesmo considerando que a empresa tenha um caráter super idôneo", de eventuais
vazamentos de dados.
"Cada pessoa tem o direito da privacidade. De maneira geral, a gente pode dizer que a privacidade é o nosso direito de que essas informações sejam somente nossas, que ninguém mais tenha acesso. Então esse é um direito que nós temos na Internet. Então esse direito pode ser ferido", diz.
Apesar das preocupações com a sensibilidade dos dados biométricos, alguns usuários relatam estar dispostos a participar devido aos incentivos econômicos. Outros encaram como uma troca justa em meio à crescente coleta de
dados pessoais por outras empresas.
Segundo a Tools for Humanity informou à Sputnik Brasil, a presença em áreas economicamente desfavorecidas é vista como uma oportunidade para garantir acessibilidade da rede de forma universal, e, dada a espécie de "incentivo" proposta pelo compartilhamento dos dados da íris, é esperado que possa haver um interesse por parte de determinados grupos.
Por que o interesse na íris humana?
Para entender as problemáticas e os interesses por trás do escaneamento, Tombesi explica que primeiro é preciso entender que na área de segurança da informação, informação é dinheiro, uma vez que ela pode ser usada de forma estratégica.
"Para as empresas é muito importante, porque uma empresa pode muito bem usar informações pessoais de cada indivíduo para conseguir melhor posicionar seus produtos e serviços", afirma.
No caso das informações contidas na íris, o especialista revela que, a partir desses dados, a empresa pode "melhorar seus próprios modelos de predição, seus modelos de criação de novos tipos de, digamos assim, características humanas". Ou seja, uma vez que a
inteligência artificial "sabe quais as características da íris, sabe algumas informações dessa pessoa, ela pode muito bem pedir para gerar outros padrões de íris", exemplifica.
Por que a empresa exerce atividades na Argentina, mas não no Brasil?
No caso do Brasil, Tombesi destaca a robusta Lei Geral de Proteção de Dados, chamada de LGPD, que "obriga que as empresas tenham controles rígidos sobre a gestão da segurança de informação".
"O Brasil, acho que é um dos países que está se destacando nesse ponto com uma preocupação muito forte em relação a essa parte", observa o especialista, acrescentando que "aqui temos esse arcabouço jurídico que inclusive prevê multas sérias para as empresas que não cumprirem essas diretrizes".
Tombesi afirma que a Europa também tem uma legislação semelhante à brasileira, a General Data Protection Regulation (GDPR). Em relação à Argentina, o país também conta com uma legislação nesse sentido, a Ley de Protección de Datos Personales.
"Essa lei também respalda a aplicação de mecanismos para proteger a privacidade do povo argentino. No entanto, se existiria uma facilidade para a operação nessa empresa, eu acho que varia muito de acordo […] [com] o governo […] de fato aplicar essa lei, e quais os mecanismos que ele vai utilizar para conseguir de fato aplicar essa lei", esclarece o professor.
Um fator que pode ser chave para a operação desse tipo de atividade na Argentina, segundo o especialista, é o atual governo liberal do presidente Javier Milei, onde "muitas coisas estão sendo revistas", diz — referindo-se à forma como as mudanças na legislação têm ocorrido no país vizinho ao Brasil.
Dados 'nas mãos' de big techs podem impactar a soberania nacional?
Conforme o especialista, é plausível afirmar que as grandes empresas de tecnologia, chamadas big techs, amplamente responsáveis por impulsionar o desenvolvimento tecnológico, escolhem operar em países menos desenvolvidos a fim de obter dados com baixo custo.
Isso também pode ter impactos, de acordo com Tombesi, na
soberania nacional. Para evitar essa "fuga de dados", o pesquisador defende a necessidade da criação de uma tecnologia própria, para não depender de países estrangeiros. Além de focar, é claro, o ensino e a extensão para o público geral sobre o assunto, fator também considerado primordial.
"Não adianta só termos as tecnologias aqui mas não conscientizarmos a população sobre a importância desses dados, sobre como utilizar os seus dados, sobre quais cuidados que precisam ter na Internet para a utilização das informações e dos serviços que lá estão", finaliza.
Qual o objetivo e quem está por trás do worldcoin?
À reportagem, a empresa explica que o worldcoin é "um protocolo", ou seja, uma espécie de infraestrutura assim como a Internet. O objetivo, segundo ela, é tornar-se a principal rede identitária e financeira do mundo, conectando pessoas em todas as partes do globo.
Por trás do projeto estão duas organizações principais: a Worldcoin Foundation, uma entidade sem fins lucrativos, que se dedica ao desenvolvimento contínuo do protocolo; e a Tools for Humanity, uma empresa de tecnologia, que contribui com a parte prática, desenvolvendo ferramentas para implementação e operação.
Além disso, há investidores e outros fundos que patrocinam a plataforma. Alguns desses, por exemplo, foram responsáveis por injetar recursos financeiros em aplicativos populares como Facebook e Uber, por exemplo.
A empresa diz reconhecer os desafios éticos e sociais associados ao
avanço da inteligência artificial e afirma estar comprometida a garantir que a tecnologia traga benefícios. Além disso, foi assegurado que os dados estão protegidos com recursos de segurança e nunca foram vendidos e nem serão. A proposta seria a de eventualmente fornecer os serviços de verificação de identidades a governos ou empresas, com base na demanda.
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