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Rússia e China iniciam trabalhos de implantação de usina nuclear lunar binacional na Lua

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O chefe da agência espacial estatal russa Roscosmos, Yuri Borisov, revelou à Sputnik nesta quarta-feira (8) que está em andamento o trabalho de elaboração da usina nuclear lunar russo-chinesa que deve ser concluída na década de 2030.
Segundo ele, a Rússia e a China estão desenvolvendo os meios técnicos para implantar e instalar a usina na superfície lunar entre 2033 e 2035, visando uma fonte de energia nuclear compacta, confiável, de longo prazo e durável.
Borisov explicou que como as noites lunares duram o equivalente a aproximadamente 14 dias terrestres, painéis solares convencionais acumulam energia suficiente para garantir o funcionamento por um período longo do projeto da Estação Internacional de Pesquisa Lunar que deve começar a ser construído em 2026, com uso previsto a partir de 2036.
Vários países aderiram ao projeto, que deve culminar em missões tripuladas de exploração e pesquisa lunar.
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Combinando experiência e recursos

Rússia e China têm a capacidade de criar um efeito multiplicador de força no projeto, disse à Sputnik o doutor Natan Eismont, pesquisador espacial aposentado, além de especialista em exploração espacial.

"Ambas as partes obterão benefícios adicionais com essa cooperação, porque em algumas áreas especializadas — e a energia nuclear é uma dessas áreas — cada uma possui suas próprias soluções de nível mais alto. Tanto a Rússia como a China têm suas próprias conquistas e, juntas, é claro, receberemos provavelmente as melhores soluções do mundo", explicou o acadêmico.

O especialista adiantou que já existem veículos de transporte, espaçonaves e módulos de pouso que podem levar tal instalação à superfície da Lua.
Ele lembrou que a Rússia, em particular, tem experiência com tecnologia nuclear baseada no espaço desde as décadas de 1970 e 1980, quando a União Soviética (URSS) equipou reatores de fissão da série Topaz à série de satélites de observação da série Terra Legend.
Além disso, a URSS explorou a energia nuclear como meio prospectivo chave para alimentar o programa de missões tripuladas a Marte, que estava planejado para os anos 2000, mas nunca foi realizado, após o colapso da URSS.

"É possível, usando espaçonaves modernas, foguetes transportadores modernos e versões especializadas de usinas nucleares que já foram desenvolvidas, aplicar essa tecnologia para uso na superfície lunar", explicou o doutor Eismont. "Em outras palavras, cientistas russos e chineses não precisarão reinventar a roda, mas podem adaptar instalações nucleares existentes para tarefas ligeiramente diferentes", acrescentou.

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Conforme a cooperação se desenvolve, o doutor Eismont acredita que as tecnologias que se tornaram disponíveis graças à exploração soviética da Lua no século XX serão muito úteis, assim como as da China, por meio do programa Chang'e, com o Chang'e 4, que fez o primeiro pouso suave humano na face oculta da Lua, em 2019.
A espaçonave Chang'e 6 entrou na órbita lunar esta semana para coletar a primeira amostra da superfície lunar obtida no lado escuro da Lua.

"Os chineses demonstraram notável sucesso. Sua exploração da Lua também tem sido realizada com muito êxito com a ajuda de robôs. Se formos instalar um reator nuclear na superfície lunar, a maneira mais segura de fazê-lo é, claro, usando robôs", concluiu o doutor Eismont.

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