Conversações Xi-Orbán: em que concordaram os líderes da China e da Hungria?
13:08 10.05.2024 (atualizado: 15:05 10.05.2024)
© AFP 2023 / Vivien Cher BenkoO presidente chinês, Xi Jinping (D), aperta a mão do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán (E), antes de uma cerimônia de boas-vindas no Castelo de Buda, em Budapeste, Hungria, 9 de maio de 2024
© AFP 2023 / Vivien Cher Benko
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O presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, mantiveram conversações em Budapeste nesta quinta-feira (9), como parte da parada final do líder chinês em sua viagem europeia de cinco dias. A Sputnik destaca os pontos principais desse encontro.
O líder chinês elogiou a relação Pequim-Budapeste, que sublinhou "estar no seu melhor momento da história e embarcou em uma viagem de ouro".
As negociações entre os líderes levaram as partes a assinar 18 novos acordos para aprofundar a cooperação econômica e cultural bilateral, incluindo acordos sobre energia nuclear, investimento e turismo.
Xi disse aos repórteres após as conversações que Pequim e Budapeste concordaram em elevar as relações bilaterais a "uma parceria estratégica abrangente para todas as condições climáticas para a nova era".
"Este ano marca o 75º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre a China e a Hungria, inaugurando uma nova e importante oportunidade para o desenvolvimento das relações bilaterais", destacou o líder chinês.
Ele acrescentou que durante as conversações de quinta-feira, Orbán, em particular, concordou que a Iniciativa Cinturão e Rota da China "é altamente consistente com a estratégia da Hungria de abertura para o Leste".
Xi sinalizou a prontidão de Pequim para "forjar maior sinergia nas estratégias de desenvolvimento com a Hungria, fazer bom uso de mecanismos como o Comitê Intergovernamental de Cooperação do Cinturão e Rota China-Hungria", bem como "expandir ativamente a cooperação em áreas emergentes, como energia limpa e inteligência artificial [IA]".
O presidente chinês também expressou esperança de que a Hungria, que assumirá a presidência rotativa da União Europeia (UE) no segundo semestre deste ano, desempenhe um papel ativo na promoção "do desenvolvimento saudável e estável das relações China-UE".
Na mesma linha, Orbán, que elogiou a China como "um dos pilares da nova ordem mundial", sublinhou que o comércio húngaro-chinês quadruplicou nos últimos 20 anos, transformando as relações bilaterais em uma "parceria estratégica".
O primeiro-ministro lembrou que há 20 anos o investimento chinês era tão pequeno na Hungria que era necessária uma "lupa" para observá-lo. No ano passado, porém, três quartos de todo o investimento estrangeiro direto na Hungria foram provenientes da China, o que ajudou a criar empregos para dezenas de milhares de húngaros.
"Gostaria de assegurar ao presidente [chinês Xi Jinping] que a Hungria continuará a proporcionar condições justas às empresas chinesas que investem no nosso país, e que criaremos a oportunidade para que as mais modernas tecnologias ocidentais e as mais modernas tecnologias orientais se encontrem e construam cooperação na Hungria", ressaltou Orbán.
As conversações entre Xi e Orbán ocorreram pouco depois de o líder chinês elogiar a "amizade de longa data" entre os dois países, que descreveu como "tão suave e rica como o vinho Tokaji", em um artigo de opinião publicado pelo jornal húngaro Magyar Nemzet, uma homenagem ao vinhedos húngaros mundialmente famosos.
"Passamos por dificuldades juntos e desafiamos a política de poder juntos em meio a situações internacionais voláteis", enfatizou Xi, acrescentando que a China "espera trabalhar estreitamente com nossos amigos húngaros".