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Israel e Ucrânia são 'reféns do luxo que os EUA têm' de impulsionar guerras, diz mídia americana

© AP Photo / Julia NikhinsonUm graduado de West Point segura seu disfarce na conclusão da cerimônia de formatura da Academia Militar dos EUA no Michie Stadium no sábado, 25 de maio de 2024
Um graduado de West Point segura seu disfarce na conclusão da cerimônia de formatura da Academia Militar dos EUA no Michie Stadium no sábado, 25 de maio de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 30.05.2024
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Em um artigo escrito para sua coluna no The New York Times, o jornalista norte-americano Bret Stephens afirma que, nos últimos 50 anos, os Estados Unidos "se tornaram bons em perder guerras", citando os atuais conflitos na Ucrânia em Israel como sendo um rastro dessa sistemática.
O jornalista cita no artigo diversas guerras em que Washington esteve envolvido desde a década de 1970.
Stephens relembra que as forças norte-americanas "se retiraram humilhadas de Saigon, no Vietnã, em 1975; de Beirute, em 1984; de Mogadíscio, na Somália, em 1993; e de Cabul, no Afeganistão, em 2021".

"Nós [os estadunideses] nos retiramos de Bagdá em 2011, apenas para retornar três anos depois, quando o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em diversos países] invadiu o norte do Iraque e tivemos que detê-lo, o que, com a ajuda de iraquianos e curdos, conseguimos. Nós obtivemos vitórias limitadas contra Saddam Hussein em 1991 e Muammar Gaddafi em 2011, somente para atrapalhar o final do jogo. O que restou? Granada, Panamá, Kosovo: microguerras que tiveram baixas mínimas dos EUA e que mal são lembradas hoje em dia", analisou.

Em sua visão, se o leitor for "de esquerda, dirá que a maioria dessas guerras, se não todas, foi desnecessária [...]", mas se o leitor "é de direita talvez diga que elas foram mal conduzidas com força inadequada [...]", porém, no fim, nenhuma dessas guerras foram "contra a existência dos EUA".
"De qualquer forma, nenhuma dessas guerras foi sobre a existência americana. A vida nos Estados Unidos não teria mudado materialmente se, por exemplo, Kosovo ainda fosse parte da Sérvia", pontua.
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O colunista menciona momentos das forças norte-americanas na Guerra Civil do país (1861 a 1865) e da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) para chegar aos dias de hoje, citando Ucrânia e Israel.

"[...] As nações, especialmente as democracias, muitas vezes têm dúvidas sobre os meios que usam para vencer guerras existenciais. Mas elas também tendem a canonizar líderes que, diante da terrível escolha de males que toda guerra apresenta, ainda assim escolheram vitórias moralmente comprometidas em vez de derrotas moralmente puras. Hoje, Israel e Ucrânia estão envolvidos no mesmo tipo de guerra."

Na visão de Stephens, o governo Biden está tentando conter Tel Aviv e ajudar Kiev enquanto opera "sob ambas as ilusões".
"Está pedindo a eles que lutem suas guerras mais ou menos da mesma forma que os Estados Unidos lutaram suas próprias guerras nas últimas décadas: com meios limitados para o que é necessário para vencer e um olho na possibilidade de um acordo negociado. Como é possível, por exemplo, que até hoje a Ucrânia não tenha F-16 para defender seus próprios céus?", indaga.
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O jornalista sublinha que, na segunda-feira (27), o presidente dos EUA, Joe Biden, fez um discurso comovente no Memorial Day no Cemitério Nacional de Arlington, homenageando gerações de soldados que lutaram e caíram "na batalha entre a autocracia e a democracia".

"Mas a tragédia da recente história de batalhas dos Estados Unidos é que milhares desses soldados morreram em guerras que não tínhamos vontade de vencer. Eles morreram por nada, porque Biden e outros presidentes decidiram tardiamente que tínhamos prioridades melhores."

Por fim, o jornalista diz que travar essas guerras "é um luxo que países seguros e poderosos como os EUA podem se dar. Não é o caso dos ucranianos e israelenses. O mínimo que podemos fazer por eles é entender que não têm opção de lutar, a não ser da maneira que fizemos no passado, quando sabíamos o que era necessário para vencer", conclui.
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