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Autorização de Biden para a Ucrânia usar armas dos EUA formaliza prática já existente, diz analista

© AP Photo / Alex BrandonPresidente americano, Joe Biden, observa exército carregar caixão coberto com bandeira dos Estados Unidos, em 2 de fevereiro de 2024
Presidente americano, Joe Biden, observa exército carregar caixão coberto com bandeira dos Estados Unidos, em 2 de fevereiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 31.05.2024
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu sinal verde para ataques ucranianos usando armas americanas dentro do território russo na região da Carcóvia, conforme apurou a Sputnik na última quinta-feira (30).
O comandante Robinson Farinazzo, especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil, afirma que a confirmação sobre o envio de armas à Ucrânia é apenas a formalização de uma prática já existente.
Segundo ele, "essas armas já estão há muito tempo na Ucrânia", e vários alvos dentro do território russo têm sido atacados, inclusive com suspeitas de operações partindo da Ásia Central. "O Biden só está dando forma a uma coisa que já existia há algum tempo", explica.
Em relação à escolha dos alvos para os ataques ucranianos, Farinazzo acredita que especialistas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão diretamente envolvidos.
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Ele destaca a complexidade técnica deste trabalho, afirmando que "a escolha, o trabalho de levantamento desses alvos, o direcionamento dos vetores como mísseis e drones, a telemetria do mesmo, tudo isso é uma função muito técnica".
Segundo ele, Kiev não tem a quantidade necessária de especialistas para realizar operações sem assistência externa. Dessa forma, ele sugere que pode haver participação de operadores franceses, americanos, britânicos e alemães. "Muitos britânicos, principalmente, estão ajudando esses ataques ucranianos a objetivos no interior da Rússia."
O especialista também comenta sobre os objetivos de Washington nesse contexto, especialmente em meio ao ano eleitoral.
Ele acredita que muitas das declarações de Biden visam angariar votos e criar uma sensação de insegurança na Europa para manter a influência americana.

"Biden precisa criar o fantasma da invasão russa para continuar mantendo a influência americana", observa, comentando que o governo dos EUA tem pressionado os europeus a enviar ativos russos para ajudar os ucranianos.

Sobre a reação de Moscou aos ataques em território russo, Farinazzo avalia que a postura russa não tem sido totalmente agressiva. "A Rússia nunca fez nada, com exceção de uma única vez, contra os drones da OTAN que operam no mar Negro."
Ele entende que a passividade em relação aos drones ocidentais passa um "sinal de fraqueza" aos EUA e seus aliados. "Os houthis já derrubaram seis drones americanos no mar Vermelho e não deu em nada. Então, o fato de a Rússia deixar esses drones operarem livremente passa um sinal de fraqueza para os EUA e para a OTAN", acrescenta.
Segundo ele, essa falta de reação incentiva a OTAN a "esticar a linha até onde der".
Por fim, Farinazzo avalia que a autorização do uso de certas armas não muda o rumo do conflito, devido à situação desfavorável de tropas ucranianas em locais como Carcóvia e Donbass. "A situação tática no campo de batalha não vai ser alterada", diz, alertando que, a depender do impacto dos ataques, Moscou pode ter reação negativa ao Ocidente.
Ele ressalta que tropas terrestres ucranianas já não conseguem mais conter o ímpeto russo na região. Por fim, Farinazzo desacredita da eficácia de novas armas, mencionando que "aquilo que o Exército ucraniano está perdendo não consegue recuperar com essas armas".
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