'Dois pesos, duas medidas': Lavrov explica por que os EUA ignoram o aumento do neonazismo na Ucrânia
17:35 01.06.2024 (atualizado: 17:45 01.06.2024)
© Sputnik / Aleksei MaishevO ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participa de uma cerimônia para depositar coroas de flores em placas memoriais aos diplomatas soviéticos e russos falecidos na sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, 10 de fevereiro de 2023
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As autoridades de Kiev são usadas pelos EUA como ferramentas na luta contra a Rússia e, portanto, "tudo é perdoado a elas", destacou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov. O ministrou lembrou que há 20 anos Moscou apresentou na ONU uma resolução sobre a luta contra a glorificação do nazismo, à qual Washington votou contra.
"O duplo padrão e a conivência com relação a Kiev, perdoando-lhes qualquer coisa e tudo, incluindo essas ações abertas para introduzir a teoria e a prática nazista, tornaram-se comuns apenas porque essas pessoas são convenientes para o Ocidente e os Estados Unidos como uma ferramenta na luta contra a Rússia", afirmou Serguei Lavrov em uma entrevista a um projeto russo em memória das vítimas do nazismo.
O chanceler citou como exemplo a falta de reação do Ocidente à política discriminatória de Kiev contra seus cidadãos que falam russo e à proibição de usar o idioma natal na vida pública do país. "No entanto, eles investigam qualquer coisa apenas quando se trata de algo contra a Rússia", acrescentou.
Lavrov lembrou que em agosto de 2021 Vladimir Zelensky recomendou aos falantes de russo da Ucrânia "mudar-se para a Rússia pelo bem de seus filhos e netos". "Isso é racismo e nazismo", concluiu o chanceler.
O ministro acrescentou que, há quase 20 anos, a Rússia apresentou uma resolução na Assembleia Geral da ONU contra a glorificação do nazismo. Segundo Lavrov, a resolução foi aprovada com poucas abstenções, em sua maioria europeias. Os EUA votaram inicialmente contra, explicando que a Constituição exige "liberdade de expressão", razão pela qual se oporiam à adoção desse tipo de princípios nas atividades modernas da ONU, apontou.
O ministro pontuou que, após o lançamento da operação militar especial contra o nazismo na Ucrânia, os países europeus que se abstiveram na Assembleia Geral sobre a resolução contra a glorificação do nazismo começaram a votar contra.
"Até mesmo Alemanha, Japão e Itália votaram contra e continuam votando. Países que, quando foram admitidos na ONU, prometeram que 'nunca mais'. O nazismo ressurge depois de tudo", declarou.
O presidente russo, Vladimir Putin, lembrou que entre da operação estão a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.